Especialistas apontam os desafios trazidos pelas transformações tecnológicas na gestão judiciária

Painel no 21º Conamat foi presidido pelo ministro do TST Alexandre Agra Belmonte

O debate sobre os desafios da magistratura na gestão judiciária em meio às transformações tecnológicas também teve destaque, nesta quinta (2/5), no segundo dia de atividades do 21º Congresso Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Conamat), que está acontecendo em Foz do Iguaçu (PR).

O painel que discutiu o tema foi presidido pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Alexandre Agra Belmonte, tendo como painelistas a Secretária-Geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Adriana Alves dos Santos Cruz, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT 3/MG) Antonio Gomes de Vasconcelos, e Laerte Idal Sznelwar, doutor em Ergonomia e Professor Associado do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo/USP).

A juíza Adriana Alves dos Santos Cruz destacou as iniciativas promovidas pelo CNJ para promover o avanço tecnológico no Judiciário brasileiro, visando a fornecer melhores ferramentas aos profissionais do Direito e ampliar o acesso à justiça. Em seguida, listou impactos negativos que podem surgir do uso das tecnologias no trabalho e no cotidiano, para os quais devem estar atentos as magistradas e magistrados, como a perda de privacidade e o aumento do cansaço e da ansiedade. ‘Estamos sempre devendo alguma coisa para alguém e esse peso não sai de nós e nos afeta enquanto juízas e juízes. Também precisamos olhar para isso quando ocorre na vida do nosso jurisdicionado’, alertou.

Diálogo com os sindicatos
Para tratar da gestão judiciária, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT 3/MG) Antonio Gomes de Vasconcelos fez uma análise do movimento global de reforma do poder judiciário, marcado pela disputa entre os projetos neoconstitucional e o neoliberal, e afirmou que a Justiça do Trabalho precisa se adaptar e interagir melhor com entes privados, como sindicatos, associações e federações, que, muitas vezes, são procurados pelos trabalhadores, deixando de buscar o ramo judiciário especializado. “Continuo acreditando que podemos exercer o papel de mediador e de catalizador dos atores sindicais, mas não virando as costas para eles, pelo contrário, por cooperação judiciária, trazendo-os para um diálogo institucional”.

Trabalho como ferramenta de desenvolvimento pessoal
A importância de se compreender a utilização das máquinas e a tecnologia como ferramentas de diminuição do esforço humano, mas não como uma extensão cognitiva humana, foi um dos aspectos tratados pelo doutor em Ergonomia e Professor Associado do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP), Laerte Idal Sznelwar. Outro tema abordado foi a problemática das métricas de avaliação de desempenho no ambiente de trabalho, tanto para quem avalia, como para quem é avaliado, inclusive no âmbito da Justiça. Para o professor, ‘é preciso pensar o trabalho como inserção profissional, jamais como ocupação, pois o trabalho propicia o desenvolvimento das pessoas e dos coletivos e isso tem que ser mantido’, disse.

21º Conamat
O 21º Conamat, uma realização Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), acontece de 1º a 4 de maio, em Foz do Iguaçu (PR) e reúne diversos especialistas para a discussão do tema: “Justiça do Trabalho, Existe, Resiste, Persiste: valorização da magistratura do trabalho, democracia, competência e transformações tecnológicas”. Nesta edição, o evento conta com a parceria da Associação dos Magistrados do Trabalho da 9ª Região (Amatra 9/PR).

Confira as fotos do evento: https://www.flickr.com/photos/anamatra/albums/

Assista ao vivo: https://www.youtube.com/user/tvanamatra

 

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