Anamatra fala sobre igualdade no trabalho e assédio sexual em evento no Itamaraty

Palestra foi destinada aos membros do Ministério de Relações Exteriores

A vice-presidente da Anamatra, Noemia Porto, participou nesta terça-feira (28/11) de evento promovido pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) para debater o tema “Igualdade no Trabalho e Assédio Sexual". A magistrada proferiu palestra aos participantes, entre eles diplomatas, oficiais e assistentes de chancelaria. O evento tem por objetivo dar continuidade à campanha de combate ao assédio, ao preconceito e a qualquer forma de discriminação no Ministério das Relações Exteriores.
 

Na ocasião, a dirigente reforçou uma das afirmações feitas durante o evento de que ambientes de trabalho muito hierarquizados e relações de dominação propiciam situações de assédio. Também elogiou e avaliou como corajosa a atitude do Sinditamaraty em colocar a discussão em pauta. A juíza também explicou que homens e mulheres podem sofrer assédio sexual, mas que culturalmente as diferenças entre os gêneros são usadas para inferiorizar o feminino e impor padrões heteronormativos masculinos. “O assédio tem se apresentado como uma questão de gênero, sem ter qualquer relação direta com estratos sociais. E a naturalização desse comportamento (dominação masculina) propícia a manutenção da desigualdade”, afirmou.  

A magistrada também mostrou durante a palestra vídeo produzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) para apresentar a cartilha Assédio Sexual no Trabalho – Perguntas e Respostas, lançada em junho deste ano. O documento traz orientações sobre assédio sexual no ambiente de trabalho e informações detalhadas sobre como identificar e denunciar a conduta, além de explicar as responsabilidades e as consequências para trabalhadores(as) e empregadores(as) nessas situações.


“O assédio sexual é uma violência, por vezes velada, mas agressiva, que deteriora as nossas energias e, mais do que isso, a nossa saúde”. No entanto, de acordo com a juíza, é difícil diferenciá-lo de uma “cantada” ou “gracejo”. “O problema não é conceituar o assédio, o que  importa é quanto disso se converte em um fator desagregador, intimidador no ambiente de trabalho”, completou. “Normalmente, a vítima é extremamente resistente. Quando dá os sinais é porque eles já aparecem no corpo, representando a somatização do sofrimento em razão do abuso psicológico ou psicológio e físico”, alertou. 


Noemia Porto ainda alertou para o cuidado com a “culpabilização” da vítima. “O silêncio da vítima não é concessão.  Nós mulheres temos o costume, desde pequenas, de nos silenciarmos. O silêncio é costume para ver se a violência passa. Se a pessoa não quer, ela é vítima, ela não é parceira”, exemplificou.


Prevenção -  Para a magistrada, a saída para combater o assédio, em suas diversas formas, é apostar na prevenção. “É preciso criar uma política institucional, não apenas para proteger a vítima, mas para prevenção dos abalos das doenças que afetam a produtividade no trabalho”. Para isso, são essenciais a democratização das relações laborais e a formação de redes de solidariedade e de canais de denúncias anônimas.


 

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.