Diretora de Cidadania e Direitos Humanos ressalta importância dos aposentados para o movimento associativo

Juíza Luciana Conforti foi uma das palestrantes do 6º Encontro Nacional de Magistrados do Trabalho Aposentados

As palavras do sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman sobre a “modernidade líquida” deram o tom da palestra da diretora de Cidadania e Direitos Humanos da Anamatra, Luciana Conforti, no 6º Encontro Nacional de Magistrados do Trabalho, que segue até esta sexta (29/9), em Porto de Galinhas (PE). Para a magistrada, assim como preconizava o pensador, a atualidade é marcada por apagar o passado. “Os laços de solidariedade, a amizade verdadeira e até os casamentos duradouros são vistos como ultrapassados”, disse.

Na contramão dessa realidade que supostamente preconiza que o “mundo é dos novos” e os “velhos” não têm serventia, a diretora citou o pensamento do filósofo francês Pierre Bourdieu, para quem a idade é uma avaliação biológica, socialmente manipulada e manipulável. “A idade deve ser considerada como plena de ambiguidades e não pode ser analisada isoladamente, como único parâmetro para se dizer quando alguém passa a ‘ser velho’¨, explicou. Segundo Conforti, outras variáveis devem ser consideradas, a exemplo do meio ambiente, das condições de trabalho, da classe social e do estilo de vida. 

Associativismo – Sobre a importância do associativismo, Luciana Conforti citou o modelo francês que atua como “universidade”, voltado para a verdadeira integração dos aposentados (desenvolvimento qualitativo do lazer, troca de conhecimentos e desenvolvimento cultural).  

Segundo Conforti, algumas atividades da Anamatra caminham ao encontro desse modelo, a exemplo do Encontro Nacional de Magistrados do Trabalho Aposentados. “Nos próximos eventos, acredito que temos de quebrar essa barreira da idade, incentivando a participação de todos os colegas no evento”, conclamou. 

A magistrada também falou da iniciativa da atual diretoria de incluir os aposentados em todas as comissões da Anamatra e ressaltou a importância do engajamento desses juízes na luta contra a precarização dos direitos trabalhistas, nas atividades do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) e na apresentação de teses e discussões jurídicas. 

“Tais participações, além de promoverem maior integração entre os colegas em atividade e aposentados (podendo contribuir para minimizar o pânico da aposentadoria), afasta o associativismo infantilizador ou protecionista ingênuo dos aposentados, respeitando o lugar que deve ser legitimamente ocupado pelos colegas, valendo-se da sua história e da nossa experiência para combater o reino do egoísmo, o individualismo corporativista, o separatismo inconsequente e excludente, que ameaça as verdadeiras bandeiras associativas da magistratura trabalhista”, finalizou a diretora. 

Prerrogativas – Luciana Conforti também falou das ações da Diretoria de Cidadania e Direitos Humanos, em atuação conjunta e planejada com a Diretoria de Prerrogativas e Assuntos Jurídicos, no fortalecimento de iniciativas pela segurança e pela integridade física e mental da pessoa do magistrado, bem como para apoiar os juízes vítimas de conflitos ou em situações de risco decorrentes de sua atuação jurisdicional ou administrativa.

Clique aqui e confira a apresentação da magistrada. 

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