PJ-e na Justiça do Trabalho: Anamatra participa de audiência pública na Câmara

Secretária-geral da entidade afirma que juízes não querem abolição do sistema, mas sim que ele funcione

A secretária-geral da Anamatra, Noemia Porto, participou na manhã desta quinta-feira (12/12), na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, de audiência pública para debater os impactos do Processo Judicial Eletrônico na Justiça do Trabalho (PJe-JT) no dia da dia de usuários e daqueles que buscam a justiça. A audiência foi coordenada pelo autor do requerimento, deputado Dr. Grilo (SDD-MG).

Em sua intervenção, a magistrada explicou que a postura da Anamatra não é apenas de denunciar problemas, mas sim de colaborar com o aprimoramento do sistema. “O que os juízes do Trabalho querem não é a suspensão ou abolição do processo eletrônico, mas sim que ele funcione”, afirmou. Noemia Porto também explicou que o processo eletrônico não diz respeito apenas a juízes, mas a toda sociedade que busca o Judiciário para a solução de conflitos. “A questão da virtualização deve ser gradual, considerando, por exemplo, a questão da inclusão digital”, opinou.

A magistrada entregou ao deputado cópia da nota técnica da Anamatra encaminhada ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). No documento, a entidade sugere algumas mudanças no sistema, bem como solicita a liberação do código-fonte; a participação efetiva de representantes de magistrados de primeiro e segundo graus nos comitês regional e nacional do PJe-JT; e a implantação do sistema nas demais Varas do país de forma facultativa, segundo a discricionariedade de cada tribunal. A nota é resultado de um trabalho conjunto feito pela Anamatra junto às 24 Amatras (Associações Regionais de Magistrados do Trabalho), sob a coordenação da Diretoria de Informática. (Clique para ler a nota)

Noemia Porto também informou aos participantes da audiência as providências que estão sendo tomadas pela Anamatra com relação ao processo eletrônico, entre elas a criação de uma Comissão Nacional Multidimensional de Acompanhamento e Evolução do PJe na Justiça do Trabalho, composta por representantes de todas as Amatras. Acrescentou, ainda, a preocupação da entidade com a ausência de um estudo prévio de impacto ambiental, considerando as profundas transformações que podem ocorrer nos processos de trabalho. “É importante considerar o impacto na saúde dos magistrados e a necessidade de adoção de medidas visando à prevenção de doenças ocupacionais”, completou.

O deputado Dr. Grilo também falou dos problemas do processo eletrônico, ressaltando, na mesma linha da Anamatra, que o pleito é que o sistema funcione de forma viável e segura. Na avaliação do parlamentar, a obrigatoriedade de utilização do processo judicial eletrônico sem estrutura adequada causa transtornos às partes, atrasa a realização de audiências e cada vez mais prejudica a tão sonhada celeridade processual. “Estamos valorizando o direito formal, mas esquecendo da essencial, que é o direito do cidadão”, alertou.

Representantes da advocacia também manifestaram sua preocupação com a implantação do processo eletrônico. “A instabilidade do sistema tem tornado a vida do advogado e da parte um tormento”, afirmou Álvaro Quintão, presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro. O presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), Nilton Correa, informou que a entidade “propõe a ilegalidade da resolução que determina a obrigatoriedade da tramitação eletrônica”. Luiz Cláudio Allemand, presidente da Comissão Especial de Direito da Tecnologia da Informação da OAB, afirmou que a entidade não participou das discussões que culminaram no sistema. “É uma plataforma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A OAB só foi chamada para participar bem depois”, completou.

A audiência pública também contou com a participação do conselheiro do CNJ Rubens Curado e do juiz auxiliar da Presidência do TST José Hortêncio Ribeiro. Os magistrados defenderam o processo eletrônico e afirmaram que o mesmo está em constante aprimoramento, a partir de sugestões dos usuários, a exemplo do que fez a Anamatra com a nota técnica. “É a partir da oitiva dos usuários que conseguiremos aprimorar este instrumento”, afirmou José Hortêncio.

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.