Mais de 500 mil pessoas desempregados nos próximos dois anos no Brasil. Essa é a previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulgou ontem (21/01), em Genebra, estimativas para o mundo nos próximos cinco anos. Pelas previsões da Organização, a crise, que acometeu os países ricos, vai afetar as economias emergentes. De 2011 a 2014, segundo a OIT, o Brasil terá aumentado em um milhão o número de desempregados.
A previsão da OIT tem como base uma avaliação da América Latina que constata que o crescimento das economias não será suficiente para absorver a mão de obra até o ano de 2017. Entre os fenômenos que ocorrerão nesses países, segundo a OIT, estão a desaceleração do comércio global e a queda no preço das commodities com impacto imediato no mercado de trabalho. Mas o grande desafio para o Brasil na visão da OIT para a redução da pobreza é a baixa produtividade, bem abaixo da média internacional.
Para o presidente da Anamatra, Renato Henry Sant’Anna, caso a previsão da OIT se efetive, a Justiça do Trabalho experimentará um aumento na demanda judicial. “É fato que quanto maior o número de desempregados, maior o número de reclamantes na Justiça do Trabalho”, ressalta. O magistrado alerta também para o fato de, em tempos de crise, a classe trabalhadora se vê frente a ofertas de trabalho precárias e que não levam em conta os direitos trabalhistas.
“A atuação da Anamatra contra a flexibilização das leis trabalhistas é histórica. Estando ou não a economia em situação favorável, os direitos trabalhistas não podem ser ceifados em detrimento de uma preocupação eminentemente mercadológica. Não é esse o desenvolvimento que nosso país deve buscar”, disse Sant’Anna.
Foto: Renato Alves/MTE