A campanha, lançada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com a FIFA, tem como objetivo engajar a população brasileira na luta contra o trabalho infantil e fazê-la participar do objetivo mundial de erradicá-lo. O garoto-propaganda é o jogador Robinho e todo o apelo da campanha está ligado ao futebol.
“Quando nós testemunhamos no nosso dia a dia tantos menores que têm sua infância roubada nós, como cidadãos, temos que nos perguntar como estamos contribuindo para que essas crianças possam ser grandes pessoas”, afirmou Gabriel Velloso Filho, ao alertar para o fato de muitas crianças, que deveriam dedicar horas ao estudo, lazer e formação saudável, estão tendo que trabalhar em várias ocupações, algumas bastante indignas, que no fundo acabam prejudicando de maneira irremediável a sua formação. “A palavra da Anamatra é a união pela erradicação do trabalho infantil”, disse.
Para Isa Oliveira, secretária executiva do FNPETI, o evento é a primeira iniciativa para dar continuidade às atividades da semana do dia 12 de junho, data que marca mundialmente o combate ao trabalho infantil. “É importante que unamos esforços para essa campanha no sentido de dar continuidade a ela”, afirmou Isa Oliveira, ao ressaltar que essa é uma estratégia de articulação para proteger as crianças e adolescentes do Brasil para que na Copa do Mundo de Futebol, que será realizada no Brasil em 2014, não seja tolerada a exploração sexual, de trabalho e para tráfico de drogas das crianças e dos adolescentes. A dirigente do FNPETI acredita que no Brasil a redução do trabalho infantil é lenta e inexpressiva. “Essa redução só será bem sucedida se houver o enfrentamento da erradicação das piores formas do trabalho infantil”, disse, ao registrar que o Brasil sediará, em 2013, a próxima conferência mundial contra o trabalho infantil.
O coordenador do Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC) da OIT, Renato Mendes, que esteve presente na abertura do evento, também lembrou a realização de grandes eventos esportivos que acontecerão no Brasil, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas em 2016, momentos em que as crianças ficam mais vulneráveis à prática da exploração. “Vocês [participantes do evento] são chamados a protagonizar para chamar a atenção do Brasil. Esse seminário vai ajudar a pensar sobre as estratégias de combate ao trabalho infantil”, afirmou Renato Mendes.
Compromisso pela erradicação do trabalho infantil
Após a abertura do evento, o presidente da Amatra 1, André Villela, leu o termo de compromisso pela erradicação do trabalho infantil assinado pela Amatra e pela Anamatra, que será entregue a FNPETI. No termo, que poderá ser assinado por outras entidades, os signatários expressam, entre outros pontos, que “assumem o compromisso de realizar ações concretas, dentro do seu âmbito e de sua possibilidade-capacidade de ação, visando a atingir esse objetivo, comunicando semestralmente sua formulação e execução ao Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação ao Trabalho Infantil - FNPETI, a quem competirá o registro e coordenação das ações no âmbito nacional”.
Palestras
O evento contou ainda com a realização de palestras com especialistas da área de direitos humanos sobre as piores formas de trabalho infantil. Confira amanhã (1º/7) a cobertura das palestras.