O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, pregou ontem que os movimentos sociais precisam interagir com os segmentos do Judiciário, responsáveis pela solução dos conflitos. Para ele, essa seria uma forma de reverter o que chamou de “crescente criminalização desses movimentos nos últimos anos, contrariando o artigo 8° da Constituição de 88, que os reconheceu depois de anos de repressão às organizações dos trabalhadores e da sociedade”. Britto participou da abertura do seminário A Criminalização da Pobreza, das Lutas e Organizações dos Trabalhadores, na sede do Conselho Federal da OAB. Ele defendeu a necessidade dessa aproximação como “início de uma caminhada importante ao fortalecimento democrático; afinal estamos no mesmo barco, o barco da democracia”.
O seminário que discute a criminalização dos movimentos sociais conta com a participação de diversas organizações e vai ser realizado até hoje. Da abertura do evento, além do presidente nacional da OAB, participaram diversos representantes do Judiciário, como o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando de Mattos; o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luciano Athayde Chaves; o presidente da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (Abrat), Luiz Salvador, e o juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos e presidente da Comissão de Direitos Sociais da OAB Nacional, Roberto Caldas. Pela representação dos trabalhadores participaram o secretário executivo da Corrdenação Nacional de Lutas (Conlutas), José Maria de Almeida; o primeiro tesoureiro da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Antonio Carlos Spis, e o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Ciro Teixeira Correia.