Ao comentar a briga entre os ministros Cezar Peluso e Joaquim Barbosa, o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Renato Sant`Anna, disse que divergências são naturais, mas lamentou o caso. Ele diz que discussões pessoais devem ficar restritas aos ministros, e que "é uma perda de tempo essa lavação de roupa suja".
- Divergências pessoais devem ser vistas com naturalidade. Mas é um pena, num momento de união com a posse do novo presidente, ficar em discussões pontuais que não acrescentam em nada ao Judiciário - disse o presidente da Anamatra, para quem os ministros não precisam ser amigos, mas têm que saber trabalhar juntos:
- É uma ilusão pensar que o ambiente de trabalho vai levar à amizade. O importante é que eles saibam trabalhar juntos.
Ao site G1, o ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou que está perplexo e classificou como autofagia a briga entre Peluso e Barbosa. Mas disse preferir acreditar que a discussão entre os dois seja algo episódico e que "o normal é prevalecer o amor".
- O sentimento é de estarrecimento. É uma quadra difícil. Estou perplexo. Vamos ver o que o acontece agora. É péssimo porque todos nós estamos de passagem. A instituição é perene. Quando integrantes se digladiam, essa autofagia acaba enfraquecendo a instituição - disse.
Já o cientista político Fernando Antonio de Azevedo, da Universidade Federal de São Carlos, acha improvável que a briga entre os dois ministros atrapalhe o julgamento do mensalão.
- Essa briga lamentável veio a público e reflete pensamentos diferentes, além de muita picuinha. Essas divergências não devem contaminar o processo.