Em seu discurso de despedida do CNJ, conselheiro exalta importância da Justiça do Trabalho
A defesa do trabalho digno e decente para os trabalhadoras e trabalhadores, bem como para as operadoras e operadores do Direito teve destaque durante a fala de despedida do juiz do Trabalho Giovanni Olsson, que deixará o cargo de conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em seu discurso, durante a 5ª Sessão Ordinária do órgão, realizada nessa terça (16/4), Olsson agradeceu às juízas e juízes do Trabalho de primeiro grau do Brasil, os quais, segundo ele, ‘fazem do ideal de justiça social uma realidade concreta, em cada processo, para cada cidadão e, no seu cotidiano, efetivam os direitos humanos’. Na visão do conselheiro, muito se fala de direitos humanos, mas nem sempre eles são efetivamente reconhecidos nos rostos das pessoas que dedicam a sua força física, sua força intelectual, para produzir riqueza, garantir seu sustento, sua dignidade e da sua família.
Para o magistrado, o trabalho decente é o grande vetor civilizatório da modernidade e da dignidade e a efetivação dos demais direitos humanos. “Não se pode falar honestamente em outros direitos humanos sem ter antes trabalho digno, trabalho decente e remuneração digna. Sem isso, não há alimentação sadia, não há moradia adequada, não há acesso à saúde, não há saúde plena. Sem este meta direito humano, os outros são uma pura quimera”, avaliou Olsson, que também agradeceu pelo apoio da sua família durante o seu mandato e também às(aos) colegas conselheiras(os), além das(os) funcionárias(os) que o acompanharam nos últimos dois anos.
O presidente do Conselho, ministro Luís Roberto Barroso, parabenizou a atuação do conselheiro Olsson. ‘Quero registrar a minha admiração pela sua postura, pela sua seriedade, pela sua fidalguia e, infelizmente, a vida é feita de impermanências e, se eu pudesse, pediria à vossa excelência para permanecer mais tempo aqui, pela importância da sua serenidade e seriedade, que saltam aos olhos de quem acompanha seu trabalho.
“A abertura para o diálogo e disposição para construir consensos são aspectos importantes da atuação do conselheiro Giovanni Olsson no CNJ”, avalia a presidente da Anamatra, Luciana Conforti. “A Justiça do Trabalho esteve muito bem representada nos últimos dois anos e temos a certeza de que a parceria continuará com o sucessor do conselheiro Giovanni no CNJ, que é o ex-presidente da Anamatra Guilherme Feliciano, cuja posse ocorrerá no próximo mês de maio”, disse a presidente.
Sobre a atuação de Olsson no CNJ
O conselheiro Giovanni Olson é natural de Santana do Livramento (RS), mestre e doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com toda a carreira construída no âmbito da Justiça do Trabalho. No Conselho Nacional de Justiça, assumiu a cadeira reservada ao juiz do Trabalho em maio de 2022, com destaque em vários projetos, atuando como presidente da Comissão Permanente de Sustentabilidade e Responsabilidade Social, coordenador do Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário e membro do Comitê Nacional Judicial de Enfrentamento à Exploração do Trabalho em Condição Análoga à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas.