Violência contra mulher é uma das principais barreiras contra a equidade de gênero, aponta a presidente da Anamatra

Anamatra

Luciana Conforti participou da abertura do evento “Mulheres na Justiça: Novos Rumos da Resolução CNJ n. 255”

“A violência contra a mulher, dentro e fora do trabalho, é um problema de toda a sociedade”. A declaração é da presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luciana Conforti, que participou, nesta quarta (30/8), da abertura do evento “Mulheres na Justiça: Novos Rumos da Resolução CNJ n. 255”, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que sedia o evento.

Também estiveram presentes diversas integrantes da Comissão Anamatra Mulheres, como a Diretora de Cidadania e Direitos Humanos, Patrícia Sant’Anna, e as juíza Gabriela Lenz Lacerda, Elinay Ferreira, Viviane Leite, Yara Campos Souto, Sandra Cristina Zanoni Cembraneli Correia e Flávia Ferreira Menezes.

Luciana Conforti falou sobre a importância de se garantir igualdade e equidade, de modo que todos tenham acesso às oportunidades que, segundo ela, não podem ser acessadas pelas mulheres vítimas das mais diversas formas de violência. Com a apresentação de dados alarmantes, a magistrada lembrou que a eliminação da violência contra mulheres e meninas é um dos compromissos inseridos no ODS nº 5 da Agenda 2030 da ONU. Além disso, falou da importância de mecanismos de acolhimento para as mulheres violentadas em seus locais de trabalho e vítimas de violências domésticas.

“A violência contra a mulher é um problema de toda a sociedade e os espaços de trabalho precisam estar preparados para serem locais seguros e de acolhimento das mulheres vítimas de violência, para que elas possam não só continuar ocupando suas colocações, como também alçar melhores posições para essa tão sonhada representatividade”, enfatizou.

Por fim, a presidente da Anamatra, se dirigindo à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, falou de uma das bandeiras da Anamatra na atual gestão, com atuação conjunta com a ABRAT e a ANPT: “Para honrar a trajetória de vossa excelência, como magistrada trabalhista, com 47 anos de carreira e como presidente do STF, que, com sua aposentadoria, tenhamos uma nova magistrada trabalhista no Supremo Tribunal Federal”, finalizou Conforti, sendo calorosamente aplaudida.

Painel de abertura

O dispositivo de abertura, além da ministra Rosa Weber, contou com a presença do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Lelio Bentes, a ministra do TST e Ouvidora Nacional da Mulher, Maria Helena Mallmann, a ministra do STF Cármen Lúcia, a conselheira do CNJ Salise Sanchotene e a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Assusete Magalhães.

Em seu pronunciamento, a presidente do STF destacou o valor da humanidade na busca pela equidade, especialmente na luta contra paradigmas que trazem múltiplos malefícios às mulheres.  “Que todas as existências humanas sejam contempladas para a universalidade dos direitos. Que a ficção retratada por costumes excludentes, de uma ordem patriarcal, seja revisitada para uma liberação das nossas reais identidades e potências”, disse Weber.

Na sequência, o ministro Lelio chamou à atenção pela pequena presença masculina no evento e afirmou que “o tema da equidade é uma preocupação de homens e mulheres e os homens tem a responsabilidade e o compromisso de se fazerem presentes, participar das discussões, se comprometendo com medidas efetivas de promoção da equidade”.

A ministra Cármen Lúcia, que editou a Resolução 255, quando era a presidente do STF, avalia que, após 5 anos, a norma precisa ser atualizada. "É preciso que venha agora, por meio do CNJ, uma resolução não sobre ações afirmativas, mas um passo adiante de ações transformadoras", avaliou.

Nota pública

A democratização do Judiciário também é o tema principal de nota pública assinada pela Anamatra, juntamente com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), por meio das comissões Anamatra Mulheres, Ajufe Mulheres e AMB Mulheres.

O documento, lido no evento, reitera o compromisso das Associações com a democratização do Poder Judiciário e com a ampliação da diversidade das cortes brasileiras. Clique aqui e confira a nota na íntegra.

Premiação

A solenidade marcou ainda a premiação de magistradas brasileiras, entre elas a juíza Elinay Almeida Ferreira, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP), que recebeu o ‘Prêmio Mary de Aguiar Silva Direitos Sociais’, categoria do Prêmio Valorização de Magistradas.

A instituição formal do Prêmio Valorização de Magistradas, com a definição das regras da próxima edição, será tema de oficina nesta quinta (31/8), parte da programação do Seminário, com a participação da juíza Sandra Cristina Cembranelli, da Comissão Anamatra Mulheres.

Programação

Ao longo do evento, que segue até amanhã (31), estão sendo realizados painéis sobre temas como a construção de ações afirmativas de gênero, a elaboração de estudos e pesquisas sobre gênero e raça, além do debate em torno da criação de protocolos para a prevenção e enfrentamento à violência contra mulher, entre outros assuntos.

Também serão realizadas oficinas de trabalho, com a participação de integrantes da Comissão Anamatra Mulheres. Lá, as participantes terão a oportunidade de trocar experiências e desenvolver produtos para instrumentalizar a implementação da Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário. Clique aqui e confira a programação. 



Clique aqui e confira fotos do evento

 

 

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.