Trabalho infantil: Anamatra participa de audiência pública na Câmara dos Deputados

Juiz Valter Pugliesi refere importância conferida à infância pelo legislador originário

O vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Valter Pugliesi, participou, nesta quinta (15/6), de audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, para debater combate ao trabalho infantil. A reunião foi conduzida pelo deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE).

Em sua fala, o magistrado referiu-se em especial a dispositivos da Constituição Federal que, em sua avaliação, demonstram a importância que o legislador constituinte originário assentou priorizando a infância e os mais vulneráveis.

‘Na Constituição e em qualquer lei, não há palavras inúteis, elas sempre têm um significado e uma importância. E, quando falamos em absoluta prioridade, temos a percepção da importância, do dever, da obrigação e da responsabilidade, principalmente do poder público, quanto às políticas públicas voltadas ao enfrentamento, ao combate e à erradicação do trabalho infantil’, enfatizou o magistrado. Nesse cenário, defendeu o vice-presidente, é necessário que o Parlamento volte a atenção, na questão orçamentária, para viabilizar essas políticas públicas.

O vice-presidente também abordou os riscos para a saúde das crianças e adolescentes submetidos ao trabalho infantil, com prejuízo ao seu desenvolvimento físico, moral e psicossocial, enfraquecimento dos laços familiares e comunitários e o desenvolvimento escolar. Defendeu, também, um cuidado e atenção em relação ao trabalho infantil artístico, cultural e desportivo.

Dados

O trabalho infantil ainda é uma realidade perversa para meninos e meninas no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PnadC), em 2019, havia 1,8 milhão de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil, o que representa 4,6% da população (38,3 milhões) nessa faixa etária.

Ainda de acordo com a pesquisa, em 2019, havia 706 mil pessoas de cinco a 17 anos em ocupações classificadas como piores formas de trabalho infantil, o que corresponde a 45,8% do total de crianças e adolescentes trabalhadores. O maior percentual, 65,1%, está na faixa etária de cinco a 13 anos de idade, o que exige ações imediatas e eficazes por parte do Poder Público.

A PnadC 2019 confirma o impacto negativo do trabalho infantil na frequência escolar – 96,6% da população total de crianças e adolescentes, de cinco a 17 anos, é formada por estudantes, enquanto entre os trabalhadores infantis a estimativa é de 86,1%. A diferença é mais evidente no grupo etário de 16 e 17 anos. Enquanto 85,4% da população total nessa faixa etária frequentava a escola, somente 76,8% dos adolescentes em situação de trabalho infantil estudavam.

 

Clique aqui e confira a íntegra da participação do vice-presidente.

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.