Nova pasta terá direito a voto na Diretoria Executiva e o mandato se dará de forma coletiva
A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra 2), em Assembleia Geral Extraordinária, aprovou, nessa quinta (9/2), a inclusão da Diretoria pela Igualdade de Gênero no estatuto da entidade.
A nova pasta terá paridade em relação às demais diretorias da associação, inclusive com direito a voto na diretoria executiva. O mandato se dará de forma coletiva, com o objetivo de promover uma maior participação de mulheres na vida associativa com melhor distribuição da carga de trabalho e revezamento no cargo de diretora. A primeira diretoria será instalada na próxima gestão da Amatra 2.
Para a juíza do Trabalho Yara Campos Souto, da Amatra 2, “a importância dessa inclusão se deve ao fato de que a previsão estatutária dá maior segurança e perenidade para a existência da Diretoria ao longo do tempo. Além disso, o direito de voto e a paridade em relação às demais diretorias assegura que a perspectiva de gênero seja transversal na associação, garantindo ainda efetiva voz às mulheres”.
Mandato coletivo
A magistrada destaca, ainda, a importância do mandato coletivo, tendo em vista que uma das maiores dificuldades para a participação de mulheres na vida associativa era a sobrecarga imposta pelas diversas atividades por elas desempenhadas fora do ambiente de trabalho, como, por exemplo, o serviço doméstico e o cuidado com filhos e idosos, que ainda recaem sobre as mulheres desigualmente. Para Yara, essa rotina exigente tem sido o motivo pelo qual muitas mulheres sequer se candidatavam ao exercício de cargos associativos. “O mandato coletivo foi a solução que encontramos para dividir o trabalho da diretoria pela igualdade de gênero entre suas integrantes. Na prática, haverá um revezamento no cargo de diretora ao longo do mandato, mediante escala previamente definida e divulgada”, explica.
A diretora em exercício será o ponto focal e porta voz da diretoria durante seu plantão, além de convocar e secretariar as reuniões e dar andamento às demandas. Ao final do plantão, ela elabora um relatório com tudo o que foi feito, para que a próxima plantonista possa dar continuidade aos trabalhos. As demais integrantes, quando não estiverem no exercício da diretoria, continuarão participando das reuniões e todas as decisões serão tomadas por maioria simples. “Esse tipo de mandato também já tem sido implementado no Poder Legislativo, com algumas diferenças. Além de tudo, acho mais horizontal, democrático e menos personalista em comparação com a forma vertical tradicionalmente existente”, avaliou a juíza.
Anamatra Mulheres
O incentivo à maior participação feminina nos cargos diretivos em associações alinha-se aos objetivos da Comissão Permanente Anamatra Mulheres. O colegiado tem desenvolvido diversas atividades sobre a temática da equidade de gênero, tanto no âmbito da representação associativa quanto no sistema de justiça. A Comissão promove debates propositivos acerca dos problemas enfrentados pelas magistradas do trabalho na judicatura, por razão de gênero, com o intuito de se obter proposições de ações a serem apresentadas à direção da Associação Nacional.