“Para julgamentos meramente lógicos, não precisamos de homens, bastam os softwares”

Agência CNJ, Ascom AMB e Divulgação

No 12º Encontro Nacional do Poder Judiciário, presidente da Anamatra aponta importância da sensibilidade e da humanidade dos juízes

O presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano, participou, nesta segunda (3/12), em Foz do Iguaçu/PR, da abertura do 12º Encontro Nacional do Poder Judiciário, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O encontro, que se encerra nesta terça, tem o objetivo de discutir os desafios e metas para os próximos dois anos e o aperfeiçoamento do Poder Judiciário e reúne representantes dos 91 tribunais brasileiros.


“O principal predicamento de um juiz é a sua sensibilidade, o seu maior valor é sua humanidade. Para julgamentos meramente lógicos, não precisamos de homens, bastam os softwares”, destacou Feliciano em sua intervenção. Para o dirigente, o juiz de corte fordista-taylorista, produtivista é, inexoravelmente, um juiz insensível.  “Nós, da Justiça do Trabalho, com maior dever, temos de dizê-lo. Assim como não ignoramos os quadros de ‘coisificação’ da pessoa humana nas relações de trabalho, não poderemos ignorar, sob o risco de gritante incoerência, a necessidade de humanização do trabalho também nas hostes judiciárias”, apontou.


Na avaliação do presidente da Anamatra, quando são fixadas metas focadas exclusivamente nos resultados, os dados estatísticos podem acabar comprometidos nos seus propósitos, podem subministrar conhecimento falso e, mais gravemente, podem desmotivar a população envolvida. “Os críticos do Balanced Scored Card (BSC) sempre pontuaram que, entre os seus vícios mais frequentes, estaria exatamente a transformação das metas, que são elementos da tática - e não da estratégica-, em objetivos em si mesmos, que se buscam e alcançam burocraticamente”, explicou.

“A Anamatra concita que, se não agora, nos próximos Encontros Nacionais, possamos discutir metas de ordem qualitativa e estrutural”, sugeriu Feliciano. Entre elas, segundo o presidente, estariam metas referentes à criação de condições estruturais para identificação de devedores e adimplemento efetivo dos créditos em execução, com índices seguros, mediante capacitação de juízes e servidores para a utitlização dos mecanismos pertinentes (inclusive de inteligência patrimonial);  metas referentes à gestão participativa nos tribunais; e metas pertinetens à sujeição de magistrados e servidores a procedimentos periódicos de checkups médicos e afins, para aferição de sua saúde física, emocional e psíquica. “São apenas sugestões. É algo diferente, em parte, do que se vem realizando. E o que é diverso não nulifica nem deprecia o convencional; mas, se é considerado com sabedoria e comedimento, enriquece a tradição, revigora, repagina”, finalizou.


Clique aqui e confira a íntegra do discurso do presidente da Anamatra

Confira abaixo íntegra da participação do presidente da Anamatra, a partir de 13’44’’

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