Desembargadora Rilma Hemétito é a primeira mulher afrodescendente a ocupar o cargo de presidente
O presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano, prestigiou, nessa segunda (1º/10), no TRT da 2ª Região, em São Paulo (SP), a cerimônia de posse do Corpo Diretivo que conduzirá o Regional no biênio 2018/2020. O maior tribunal trabalhista do país tem cerca de 500 magistrados, 5,5 mil servidores e com o maior volume processual, com 485 mil novos processos em 1º grau em 2017.
A desembargadora Rilma Aparecida Hemetério é a nova presidente do TRT-2, sendo ela a 33ª presidente e também a primeira mulher a ocupar este posto. Também integram o Corpo Diretivo, a partir de agora, a desembargadora Jucirema Maria Godinho Gonçalves (vice-presidente administrativa); o desembargador Rafael Edson Pugliese Ribeiro (vice-presidente judicial); e o desembargador Luiz Antonio Moreira Vidigal (corregedor regional).
Em seu discurso de posse, a presidente Rilma homenageou seus antepassados. "Com eles, aprendi o real significado de dignidade da pessoa humana, muito antes de receber as primeiras lições de direito de que todos são iguais perante a lei". Primeira mulher afrodescendente a ocupar o cargo de presidente deste Tribunal, a desembargadora afirmou: "O meu, o seu, o nosso lugar é onde podemos estar, desde que não nos seja negado o acesso à boa educação e a todas as oportunidades, em igualdade de condições com os demais, sem distinção de qualquer natureza".
A magistrada também criticou as tentativas de enfraquecimento da Justiça do Trabalho e destacou os principais resultados positivos deste ramo da Justiça. Mencionou os impactos da reforma trabalhista, ressaltando que se deve garantir a função social e protetiva do direito do trabalho, assegurar que não haja retrocesso, solucionar as lides entre as partes e promover a paz social. E encerrou: "Repudio qualquer ato que afronte a dignidade da pessoa humana e não pouparei esforços para preservar esta Justiça Especializada, pelos valores que a fundamentam, que, por si só, justificam a sua existência. Clamo pela colaboração de todos nessa empreitada. Vamos caminhar juntos pela Justiça do Trabalho".
O presidente da Anamatra afirma que o fato de o TRT 2 ser, pela primeira vez, presidido por uma mulher afrodescendente representa, para a Justiça do Trabalho, uma quebra dos padrões que historicamente a sociedade brasileira impôs a grupos sociais que não tiveram plenitude de oportunidades. “O discurso da nova presidente foi tocante e revelou toda a sua luta para realizar os seus sonhos que, hoje, tornam-se exemplo e potencialidade para a Justiça do Trabalho como instituição”, declarou Guilherme Feliciano.
* Com informaçõe do TRT 2