Mobilizações aconteceram no último dia 28/4
A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV/RS), em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Sintrajufe/RS), realizou no último dia 28/5, no Átrio do Foro Trabalhista de Porto Alegre, mobilização contra as reformas trabalhista e previdenciária em curso no Congresso Nacional. Entre os presentes estiveram o diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra, Luiz Colussi, que assumirá a diretoria de prerrogativas para o biênio 2017/2019.
Na ocasião, o diretor da Anamatra defendeu a legitimiodade de movimentos como esse e assinalou a necessidade de se "fazer chegar ao parlamento e ao governo federal a nossa insatisfação. Vamos elevar a nossa voz e dizer que somos cidadãos brasileiros e que a nossa Constituição precisa ser respeitada, pois ela garante a dignidade a todos", definiu o magistrado. "A defesa da Justiça do Trabalho e do Direito do Trabalho é um dever de todos nós e devemos lutar contra qualquer retrocesso", disse.
Em sua manifestação, o presidente da Amatra 4, juiz do Trabalho Rodrigo Trindade, elogiou o número recorde de entidades representadas no evento, diversidade que, segundo o juiz, comprovou que a mobilização não foi uma iniciativa de partido político, de uma central sindical, de uma ideologia. "Essa é uma organização de homens e mulheres responsáveis. São entidades que entendem o seu lugar na história e a sua responsabilidade na República. Nossa luta é por valores, pelas virtudes da democracia e pelos primados da justiça e da ética", definiu. Ao falar sobre as reformas trabalhista e previdenciária, o magistrado assinalou que o projeto constitucional brasileiro está ameaçado. "Diversos projetos de lei da atualidade retrocedem elementos básicos de civilização, de convivência e, principalmente, de esperança de que é possível viver do trabalho com um mínimo de dignidade", mencionou.
O ato também contou com a manifestação da presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT/RS), desembargadora Beatriz Renck. Para a magistrada, as reformas estão sendo aprovadas de forma açodada, sem a devida discussão com a sociedade. "Não é verdade que são modificações pontuais da legislação. A reforma trabalhista, por exemplo, desnatura todo o Direito do Trabalho, ramo do Direito que pretende proteger o trabalho humano como uma forma não só de produzir a sobrevivência mas de garantir dignidade. A reforma desconsidera toda a jurisprudência trabalhista construída ao longo de 76 anos, facilita fraudes e exclui regras básicas do Direito do Trabalho", destacou.
Além da Amatra 4 e do Sintrajufe, a mobilização teve a participação e apoio da Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), Fórum Interinstitucional em Defesa do Direito e da Justiça do Trabalho (Fiddejust) e União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública do RS e contou com a participação de diversas outras entidades representantivas.