A Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizou, na manhã desta quinta-feira (9/6), durante a 105ª Conferência Internacional, mais uma reunião de cúpula para debater grandes temas da atualidade, com especial enfoque nas agendas do trabalho decente e dos direitos sociais. Nesta 105ª Conferência, o tema central do debate foi "Empregos decentes para os jovens". A Anamatra integra a delegação brasileira presente à Conferência, que termina amanhã em Genebra.
Na abertura da sessão, o diretor-geral da OIT, Guy Rider, falou de sua preocupação com a situação dos milhões de jovens mulheres e homens em todo o mundo que estão descobrindo que é extremamente difícil de conseguir um emprego decente. “Sabemos que investir hoje no emprego dos jovens significa investir no presente e futuro das nossas sociedades. E desenvolvimento sustentável precisa ser sobre a quantidade e qualidade dos empregos”, afirmou.
Um dos pontos altos da cúpula foi o depoimento da jovem Fartun Abass Osman, refugiada somali que vive no Quênia (campo de refugiados de Kacuma) desde 1997. A jovem, fugiu da guerra da Somália, iniciada em 1992, quando ainda tinha sete anos, e foi estudar no Quênia. Hoje trabalha como intérprete, em Kacuma, superando os desafios do desemprego no país que a recebeu. Em seu pronunciamento, quando solicitada a pedir algo aos líderes mundiais em favor da crise de desemprego que assola jovens em todo mundo, pediu “mais e mais investimentos em educação”. Segundo a jovem, em grande medida a crise de empregabilidade relaciona-se com as dificuldades de qualificação profissional da juventude.
O vice-presidente da Anamatra, presente à sessão, observou que a questão da empregabilidade dos jovens relaciona-se, de fato, com a questão da qualificação profissional, mas também com o tema da discriminação no emprego, notadamente pelas exigências de "experiência" no mercado. “É fundamental que os países sigam investindo em políticas públicas de incentivo ao primeiro emprego, ao lado das próprias políticas de profissionalização e de aperfeiçoamento técnico, especialmente para o pronto aproveitamento dos novos empregos gerados pela chamada revolução tecnológica", disse.
Debates
Durante a sessão, jovens de diversas nacionalidades formularam, presencialmente, diversas perguntas a ministros, líderes mundiais e convidados de alto nível, entre eles: José António Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de Portugal; Linda Kromjong, secretária-geral da OIE;.Sharan Burrow, secretaria-geral da CSI; Rita Kimani, jovem empresaria do Quênia; Joanna Nice Coronacion, jovem ativista sindical de Filipinas; e Max Trejo Cervantes, do Organismo Internacional de Juventud para Iberoamérica.
Também foram realizadas quatro série de perguntas dos delegados da Conferência, que se concentraram em temas como desafios para a empregabilidade dos jovens, soluções, alianças (p.ex., parcerias público-privadas), a Agenda ONU 2030 a a Iniciativa Mundial sobre Trabalho Decente para os Jovens. Outro tema debatido foi a condição do jovem empreendedor no século XXI, e o que se pode fazer a favor dessas novas iniciativas econômicas.
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Foto: ILO
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