A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho – Anamatra - vem a público repudiar, com veemência, a pletora de atitudes grotescas e desrespeitosas protagonizada por uma parcela não representativa de advogados paraenses que pensa poder fazer o que bem entende nos espaços públicos, sem a observância das comezinhas regras de civilidade que regem a convivência entre os diversos operadores do direito e as respectivas instituições.
Causa ainda maior espécie constatar que o referido grupo e a sua liderança, aparentemente instrumentalizaram a Seccional paraense para a disputa eleitoral que está em curso, colimando inviabilizar convênio de cooperação destinado à prestação de assistência judiciária para a população carente que, não raro, busca a Justiça do Trabalho sem prévia contratação de advogado. Certamente com o intuito de otimizar o próprio mercado de trabalho e servir de holofote para disputa eleitoral, não tiveram o cuidado de valorizar os aspectos mais relevantes para a cidadania.
A Ordem dos Advogados do Brasil tornou-se nacionalmente respeitada pelo bom combate nas grandes causas. Oxalá essa história de bons serviços não seja tisnada por pautas corporativistas que passem a ocupar lugar central e façam soar estranho a sua voz quando brandida na defesa da sociedade brasileira.
O episódio no último dia 13 de abril, na sede do TRT da 8ª Região, que constrange o Corregedor Geral da Justiça do Trabalho e toda a magistratura trabalhista, deve ser repudiado. Se o tempo é de diálogo, de respeito às instituições e às prerrogativas de todos os profissionais que atuam no campo da defesa dos direitos, é também tempo de respeito às regras de convivência democrática, o que não foi observado nesse triste episódio.
Brasília, 16 de abril de 2015