Anamatra premia iniciativas de destaque em prol dos direitos humanos no mundo do trabalho

6ª edição do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos homenageia trabalhos nas categorias Instituição, Imprensa e Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC)

A Anamatra entregou na noite desta quinta-feira (27/11) o Prêmio Anamatra de Direitos Humanos. A cerimônia aconteceu Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro (RJ), e contou com a participação de presidentes das Amatras, magistrados de diversas Regiões, entre outras autoridades.

A solenidade de premiação teve como mestre de cerimônias a atriz Dira Paes, do Movimento Humanos Direitos (MHud), entidade apoiadora desta edição, a exemplo da Amatra 1 (RJ). O Prêmio, que chega este ano à 6ª edição, teve a coordenação da diretora de Cidadania e Direitos Humanos, Silvana Abramo, e a solenidade, da diretora de Eventos e Convênios, Ana Claudia Scavuzzi, que também conduziu a organização da visita técnica dos magistrados às dependências do Centro Cultural.

Ao abrir a solenidade, o presidente da Anamatra, Paulo Luiz Schmidt, falou da temática do Prêmio, que revela um cenário que a Justiça do Trabalho depara-se diariamente, com o descumprimento dos direitos sociais básicos da classe trabalhadora, cenário esse agravado por práticas a exemplo da exploração do trabalho infantil e do trabalho escravo. "O Prêmio recebeu trabalhos de inquestionável qualidade de várias partes do país, sobre os mais diversos temas, o que revela que a preocupação com os direitos humanos, felizmente, não é apenas da Magistratura do Trabalho", disse (Clique e confira a íntegra do discurso).

"A cerimônia de premiação foi um grande sucesso. Estiveram presentes representantes de todos os premiados, muitos colegas e membros de todas as Amatras. Isso revela a importância do Prêmio da Anamatra e o fortalecimento dessa relação com a sociedade", completou Silvana Abramo.

O presidente da Amatra 1 (RJ), Paulo Perissé, falou da honra para a entidade em sediar um evento do porte do Prêmio, em especial pelo local escolhido, que é simbólico, por ter abrigado a sede do Supremo Tribunal Federal (STF). "Às vésperas da comemoração dos 66 anos da Declaração dos Direitos Humanos aprovada pela ONU é importante reconhecer o trabalho daqueles que no cotidiano tentam concretizar os ideais previstos nas cartas políticas, como na nossa Constituição", declarou.

A solenidade de premiação também contou com apresentação do conjunto de violoncelos e contrabaixos da Ação Social pela Música, que atua com jovens de comunidades do Rio de Janeiro (RJ), e exibição de fotos de João Roberto Ripper, profissional atuante na área de direitos humanos, que recebeu homenagem da Anamatra.  

Premiados

Na categoria Cidadã, venceu o Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI), que atua na promoção dos direitos humanos, na prevenção às formas de trabalho análogas ao escravo e ao tráfico de pessoas visando à inclusão econômica, social, política e cultural dos imigrantes, com destaque para os imigrantes latino-americanos que trabalham em oficinas de costura na cidade de São Paulo.

"Temos um grande sonho que é um mundo sem fronteiras, pois o planeta foi construído para todos os seres vivos. O Prêmio vem dizer para nós que estamos no caminho certo, que o Brasil sempre foi um país de imigração. E quando a Anamatra apoia um trabalho com a imigração também está reconhecendo os seus antepassados imigrantes, o que fortalece a ideia de que outro mundo é possível", afirmou o coordenador do CAMI, Roque Renato Pattussi.

O trabalho Viva+TJC, da professora Domingas Rodrigues Cunha, do Centro de Ensino Médio 3 do Gama (DF), venceu na categoria Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC). Além das atividades já tradicionais do Programa, a iniciativa da professora trabalhou de forma lúdica a Cartilha do Trabalhador em Quadrinhos, além de utilizar o vídeo "Correntes", produzido pela ONG Repórter Brasil, para analisar e debater o tema do trabalho escravo Brasil contemporâneo.

"Fiquei muito honrada por participar e contribuir com um Programa tão relevante de inclusão social. Sou grata por ter o privilégio de acompanhar junto com os alunos do Centro de Ensino Médio 03 do Gama sua implementação desde 2010, quando o projeto piloto chegou no Distrito Federal sob a coordenação do juiz do Trabalho Leador Machado. É muito bacana ver a ideia crescer na 10º Região e o envolvimento de outros magistrados como o desembargador Mário Caron que agregou muito, dinamizando e valorizando as atividades desenvolvidas na escola", afirmou a professora.

Na categoria Imprensa, subcategoria em Impresso, venceu o jornalista Antônio Melquíades Júnior, do Diário do Nordeste (Fortaleza – CE), com a reportagem "Viúvas do veneno" a respeito das condições de vida e trabalho de trabalhadores rurais que adoeceram e morreram, vítimas de intoxicação por agrotóxicos na Chapada do Apodi.

"Sinto-me muito honrado em conquistar este Prêmio, porque significa que instituições tão importantes como a Anamatra estão referendando o nosso trabalho jornalístico. O Prêmio evidencia ainda mais as denúncias ali colocadas na matéria que vão para além do dia da publicação. É dar ênfase à voz aos trabalhadores que clamam por justiça", disse Melquíades

A categoria Imprensa, subcategoria Televisão, premiou os repórteres da Rede Record Fábio José Menegati, Luiz Antônio Malavolta, Paulo Teranitsu e Ricardo Andreoni Ribeiro, com a reportagem "Infância perdida e o trabalho escravo nas carvoarias de São Paulo".

Menegati, que representou a equipe, declarou que todo jornalista gosta de ganhar prêmios, mas que ganhar um prêmio na categoria de direitos humanos não só é envaidecedor, como é engrandecedor. "Acima de tudo porque você vê que aquele seu trabalho, além de ter uma contribuição social, teve o reconhecimento de uma classe que é extremamente conhecedora do problema abordado na reportagem", disse.

A reportagem da jornalista Mislene Santos, da Rádio Rádio 98 FM/Correio Sat – João Pessoa (PB), com o tema "Marcas do lar", foi a vencedora na categoria Imprensa, subcategoria Rádio. A matéria mostrou a realidade das trabalhadoras domésticas na Paraíba.

"A iniciativa da Anamatra é extremamente importante, pois é uma oportunidade dos profissionais de imprensa mostrarem os seus trabalhos realizados na área de direitos humanos. Não é só uma matéria a mais no currículo do jornalista, mas de cunho social que vai atingir, no meu caso específico, a categoria dos trabalhadores domésticos, mostrando violações profundas dos direitos humanos", declarou a repórter.

Já a fotografia premiada foi de autoria de Edimar Francisco Soares, do Jornal O Povo (Fortaleza –CE), com a imagem "Reciclando Vidas", que retratou cena ocorrida em jogo de futebol ocorrido no estádio Arena Castelão, na qual uma trabalhadora, catadora de lixo reciclável, se encontra dentro de um container sem ser vista pelos torcedores que jogavam lixo sobre ela. "Foi uma honra ganhar o prêmio. A foto teve uma repercussão muito grande dentro e fora do Brasil. A imagem mostra o abismo entre as classes sociais em um evento de porte como a Copa das Federações", disse o fotógrafo.

Além dos premiados, a Comissão de Direitos Humanos distinguiu entre os trabalhos aqueles que receberam menções honrosas, pela relevância da iniciativa dentro da temática ampla dos direitos humanos (inclusive além do mundo do trabalho). Os escolhidos receberam uma placa de homenagem.

Confira as menções honrosas desta edição:

WimBelemDon – "Educando com o Tênis"
Categoria: Cidadã
Resumo: Programa que tem por objetivo principal promover a inclusão social de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, residentes em bairro carente de recursos na cidade de Porto Alegre, por meio do ensino do tênis e do acesso a atividades culturais e educacionais.

Produção de cartilha em Braille
Categoria: TJC
Resumo: Produção de publicações no sistema de escrita acessível ao deficiente visual, com tradução para o Braile da Cartilhas do Trabalho Seguro e Saudável e Cartilha do Trabalhador, da Anamatra, dentre outras publicações relativas à cidadania. A iniciativa é do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual, através da professora Madalena Santos dos Santos, e possibilitou que os alunos tivessem contato direto com o material distribuído pela Amatra 16/TRT da 16ª Região.

Meu nome é Helena
Categoria: Impressa/Impresso
Resumo: Reportagem retrata a trajetória da transexual Helena da infância à vida adulta, destacando as dificuldades enfrentadas na realização de sua profissão. Mostra também o seu trabalho como professora de artes de uma escola pública de Porto Alegre.

Dossiê Unaí
Categoria: Imprensa/Televisão
Resumo: Reportagem resgata o episódio da "Chacina de Unaí", em que foram assassinados auditores fiscais quando realizavam diligência em grupo móvel de combate ao trabalho escravo, no ano de 2004, em Unaí (MG).

Crime à liberdade de imprensa
Categoria: Imprensa/Fotografia
Resumo: Fotografia veiculada na capa do Jornal O Globo, realizada no momento em que o cinegrafista Santiago da TV Bandeirantes morreu ao ser atingido por um rojão na cabeça, na cidade do Rio de Janeiro, durante manifestações em junho de 2013.

História de flor
Categoria: Impressa/Rádio
Resumo: Reportagem marca o aniversário do assassinato da líder sindical Margarida Maria Alves, com entrevistas de parentes, trabalhadores, artistas e advogados, que falaram sobre a impunidade e sobre o legado deixado pela líder. Destaca também a história da luta sindicalista em prol dos direitos dos trabalhadores rurais do interior do estado da Paraíba.

 

 

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Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
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