O Movimento Humanos Direitos (MHuD) comemorou ontem (9/12) dez anos de existência. O presidente da Anamatra, Paulo Luiz Schmidt, prestigiou as solenidades de comemoração, que incluíram uma mesa de debates, reunindo diversas personalidades ligadas à área de direitos humanos e atores integrantes do Movimento, bem como a entrega do Prêmio João Canuto 2013.
“A Anamatra agradece a parceria do Movimento, que se uniu tantas vezes à entidade em causas importantes, como a campanha ‘Todos contra a Terceirização’”, disse, ao se referir à participação de diversos atores do Movimento, que gravaram vinhetas, veiculadas nas redes sociais da Anamatra, contra o Projeto de Lei nº 4.330/2004, que regulamenta a terceirização no Brasil. (Clique e confira as vinhetas).
O MhUd tem como objetivo contribuir com a sociedade, cooperando com outras organizações já existentes para ampliar a visibilidade sobre os crimes cometidos contra os direitos humanos no Brasil e no mundo. Entre as áreas de atuação prioritárias de atuação do Movimento estão a atuação pela erradicação do trabalho escravo e da exploração sexual infantil e em favor da demarcação das terras indígenas e das áreas dos quilombolas e de ações socioambientais.
Prêmio João Canuto
O encerramento das comemorações foi marcado pela entrega do Prêmio João Canuto 2013, que reconheceu a contribuição de diversas personalidades na luta pelos direitos humanos. Entre os premiados estiveram o juiz do Trabalho Jônatas Andrade (Amatra 8/PA) titular da 2ª Vara do Trabalho da Comarca de Marabá, no Pará, e Roberto Caldas, juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Jônatas Andrade é magistrado há 12 anos e destacou-se pela punição de empresas e pessoas acusadas de exploração do trabalho escravo. Por sua atuação, chegou a ser ameaçado de morte. O magistrado colaborou para fundação do Grupo de Articulação para Erradicação do Trabalho Escravo no Mato Grosso (Gaete), integrado por diversas entidades a exemplo do Ministério Público do Trabalho e da Comissão Pastoral da Terra. O magistrado também recebeu da presidente Dilma Rousseff, em 2012, o Prêmio Direitos Humanos na categoria Erradicação do Trabalho Escravo.
Roberto Caldas também foi agraciado por sua atuação na área de direitos Humanos. Além de representar o Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos (a indicação do advogado para a Corte, feita pela presidente da República, contou com o apoio do Conselho de Representantes da Anamatra, que divulgou moção lembrando a atuação do jurista em prol dos direitos sociais), é membro da Comissão de Ética Pública da Presidência da República e fundador e primeiro presidente da Comissão Nacional de Direitos Sociais da OAB Nacional, entre outras atuações de destaque.
Para o presidente da Anamatra, o reconhecimento com o Prêmio João Canuto revela a importância do engajamento de toda a sociedade nas causas ligadas aos direitos humanos. “Parabenizo todos aqueles que têm a coragem de lutar por um Brasil melhor”, afirma.