Não é viável retirar direitos dos trabalhadores em nome de uma reforma da legislação trabalhista, pois, a médio prazo, haverá reflexos negativos no mercado interno com prejuízos para toda a sociedade, inclusive para os empresários. A análise é do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maurício Godinho Delgado.
Em entrevista, exibida no dia 19 de dezembro no programa TST Entrevista, o ministro afirmou que “a proposta de redução de custos do trabalho a partir da redução de direitos trabalhistas é absolutamente irracional e injustificável".
Para o ministro, os gastos das empresas com o trabalhador formal não deve ser encarado como custo, mas sim como investimento. Para Godinho, o sistema econômico tem condições de reduzir custos investindo em produtividade, seja por meio de novas tecnologias ou com aumento da qualificação dos trabalhadores.
A preocupação do ministro é compartilhada pelo presidente da Anamatra, Renato Henry San’Anna. “O mundo vive hoje uma realidade globalizada, na qual os direitos fundamentais no campo das relações do trabalho vêm sendo mitigados em detrimento dos interesses econômicos”, analisa. Para o presidente, a valorização do trabalho e o combate à desigualdade social não podem dar lugar a preocupações meramente econômicas. “O trabalho humano não pode ser tratado como mercadoria”, alerta.
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