“Temos que praticar a gestão judicial, mas não fomos qualificados pra isso. Somos vítimas de uma burocracia que não entende as necessidades dos juízes. E essa tensão interna nos consome demais. Há muitos tribunais com juízes assumindo direção do Fórum, mas temos que assumir nosso lugar no Judiciário. A direção de nossas instituições nem sempre coloca nesses postos pessoas qualificadas para isso. Por isso a importância dos debates. Quanto mais debatermos, melhores serão as gestões”, ressaltou Athayde.
Luciano Athayde também destacou que a cobrança das metas surgiu do questionamento constante do jurisdicionado em relação à duração dos processos. “Nesse ambiente de prestação de contas nos vemos obrigados a criar formas institucionais eficazes. Chegamos a uma situação em que os juízes estão sendo processados por atraso de sentença. Estamos lutando contra boas intenções, que não são tão boas assim. As metas do CNJ são importantes, mas isso não pode mexer com o lado psicológico dos magistrados. Caso contrário teremos que dar um basta”, argumentou Athayde.
O presidente da Anamatra também citou os esforços da Associação em mostrar que alguns processos, como o de execução, precisam ser estabelecidos de acordo com a particularidade de cada Região. De acordo com ele, o cumprimento da meta 3, por exemplo, que determina a redução do processo de execução em 20%, não pode ser uniforme, pois essa é uma fase que varia em cada Região.