Anamatra e entidades entregam Prêmio Combate ao Trabalho Escravo

Solidariedade marca premiação aos destaques no combate ao trabalho escravo no Brasil

O dia 18 de dezembro marcou a entrega do Prêmio Combate ao Trabalho Escravo, em Brasília. Em sua segunda edição, o Prêmio é uma realização conjunta da Anamatra, Ajufe, ANPR e ANPT e OIT, e foi concedido à Patrícia Audi, ex-coordenadora do programa de combate ao trabalho escravo da OIT, à TV Justiça (categoria "imprensa") e ao Grupo Móvel de Fiscalização (categoria "instituição"), integrado por auditores de trabalho, agentes da Polícia Federal e procuradores federais e do trabalho. Cada um dos vencedores, escolhidos pelos integrantes da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), ganhou uma estatueta moldada e doada pelo conhecido artista plástico Elifas Andreato, além de R$ 5 mil.

Em solidariedade a entidades que lutam contra o trabalho escravo, o secretário de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal, Delorgel Kaiser, fez a doação do prêmio de R$ 5 mil à organização não-governamental Repórter Brasil. Da mesma forma, o Grupo Móvel entregou o prêmio à Pastoral da Terra.

Em suas intervenções, os dirigentes associativos e da OIT destacaram o zelo profissional e o imprescindível trabalho do Grupo Móvel de Fiscalização, a dedicação e capacidade de agregação de forças de Patrícia Audi e o serviço público prestado pela TV Justiça na cobertura sobre o tema. "O prêmio é uma reafirmação das entidades no combate ao trabalho escravo. Queremos chamar a atenção da sociedade para a gravidade do problema e mostrar que existem pessoas comprometidas na erradicação do trabalho escravo no Brasil", afirmou o presidente da Anamatra, Cláudio José Montesso.

Premiada na categoria "personalidade", Patrícia Audi fez alerta em relação às dificuldades do combate ao trabalho escravo no Brasil, a exemplo da exclusão da rubrica combate ao trabalho escravo do orçamento de 2008 da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, a pouca freqüência das reuniões da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), e o fato de a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não reconhecer a existência de trabalho escravo no Brasil. "Estamos passando por um momento preocupante de desmobilização e desarticulação que nunca aconteceu durante os cinco anos em que fiz parte desse exército de pessoas indignadas que lutam por um Brasil mais justo", afirmou.

Ao receber a estatueta, Delorgel Kaiser, secretário de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal, falou da importância da imprensa na cobertura de temas sociais, a exemplo do trabalho escravo. "O papel da imprensa, em primeiro lugar, é o da denúncia para que as autoridades tenham elementos suficientes para tomar as providências necessárias. A imprensa, nesse sentido, é o primeiro combatente da problemática, com a missão de torná-la pública", afirmou.

Os auditores fiscais do trabalho Calisto Torres e Virna Damasceno receberam a premiação em nome dos colegas integrantes do Grupo Móvel de Fiscalização. "O prêmio muito nos honra e reconhece o a importância do nosso trabalho, mas, ao mesmo tempo, nos obriga a permanecer no mesmo empenho, combatendo e melhorando", afirmou Calisto "O grupo sempre executou o seu trabalho independentemente das pressões que são administradas e previsíveis", ressaltou o auditor, lembrando as críticas que o Grupo sofreu este ano de alguns senadores. "O prêmio é um reconhecimento da sociedade e com certeza nos fortalece ainda mais".

Prêmio Combate ao Trabalho Escravo

Realização:
Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra)
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR)
Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT)
Organização Internacional do Trabalho (OIT) l

Premiados:

1 - Grupo de Fiscalização do Ministério do Trabalho (categoria instituição)
2  -Patrícia Audi ?(Categoria personalidade)
3 -TV Justiça ? pelas inúmeras reportagens sobre o tema (Categoria mídia)

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