Pede o cultivar de algumas características de personalidade: paciência, tolerância, preparo emocional, pois no cumprimento de sua gestão não pode o dirigente destemperar-se, em cenas de hostilidades para aquele que dele diverge de momento. Em especial, pede o entendimento que vocação e maturidade associativa se traduz em folha de serviços realizados em prol da associação.Aqui é literalmente pouca conversa e muita ação.
Somente os trabalhos voluntários que se faz, revertidos em favor da associação é que credenciam o Juiz a ter participação, influência e liderança associativa diante do grupo. Retórica vazia deve ser banida sempre que possível do associativismo, pois tem como resultado a dissensão e a estagnação do grupo, quando não o divisionismo.
Crescimento associativo se traduz em resultados de tarefas, realizadas com eficiência, trato gentil e perspectiva de participação engajada daqueles que desejarem colaborar.
Então, não basta ter vontade
associativa e dela não contribuir efetivamente,
inclusive é no contato mesmo com tantas pessoas de
pensamentos diferenciados, que se vai revelando as
personalidades individuais e o que cada um pode fazer
pelo coletivo através de sua força-trabalho.
As associações têm, cada vez mais, crescido de importância, deixando para trás o tempo de grêmio recreativo, agrupamento de interesses de alguns, para efetivamente passarem a tratar da defesa de interesses de sua categoria assim, maior o número de Juizes que delas desejam contribuir.
Uma de suas atrações é o afastamento da jurisdição e a enganosa sensação de apanágio pela presença constante, porém combativa e atuante, nos altos corredores e salas do Poder.
O afastamento da jurisdição, longe de se constituir retirada da refrega, é sim o meio mais eficaz de munir o dirigente associativo de tempo e condições pessoais de colocar-se EXCLUSIVAMENTE à disposição da vida associativa, sem possíveis outras cumulações profissionais que tomam tempo e solicitam atenção e dedicação preciosa do dirigente.
Embora o homem de nosso tempo seja considerado eficaz quando multimídia, a dificuldade é enorme para transpor tal conceito para a labuta associativa, pois o dirigente associativo, no mais das vezes , abdica a uma agenda própria para conseguir dar conta da avassaladora agenda externa em razão de tantos compromissos surgidos na busca deatingir seus objetivos.
A renuncia pessoal é grande, motivada pela necessária disponibilidade de tempo que deve ter a favor dos compromissos e situações a pedir soluções imediatas.
É necessário cultivar em todos nós que gostamos da vida associativa e sem perder o foco, a idéia que em algum momento passageiro estaremos à frente das atividades e de definitivo seremos participantes, MAS TODOS SOMOS IMPORTANTES, pois nenhuma associação é forte somente na pessoa de seu Presidente e sim na união do conjunto de seus integrantes, que renunciando ao facilmente inflável e inflamável orgulho, pensa no coletivo e desenvolve a capacidade à tolerância, ao dialogo e a aceitação dos outros mesmo quando agem de maneira totalmente diversa que gostaríamos, sem praticas de exclusão.
As associações são pontos de referencia e resistência importantes para os Magistrados, os colegas que se candidatam a presidi-las sabem que não estão se candidatando a nenhuma eleição de miss-simpatia, pelo contrário, o incomodo causado pela atuação dinâmica e impessoal é a nota-comum, embora deva sempre ter dilatada a capacidade máxima de entendimento e compreensão das diferenças para perquirir vitórias para o coletivo.
Assim pensando, poderíamos pensar em algumas premissas de construção de vocação e liderança associativa:
1- Buscar adquirir a confiança do grupo, pelo trabalho em nome da associação.
2-Se tiver que em algum momento que contrariar colega individualmente em nome do coletivo, paciência, pense na associação e faça o que deve ser feito. Você foi eleito para conduzi-la com eficiência e isto também significa muitas vezes contrariar interesses, entendimentos e vontades individuais.
3- Aceitar com serenidade as várias incompreensões que se está exposto durante o mandato;
4-Sempre haverá alguém para divergir de você, mais paciência, mostre trabalho, o tempo falara quem tem razão e se você estiver errado, tenha flexibilidade para mudar de entendimento com rapidez, pois ali não esta para fazer a vontade pessoal, nem buscar reconhecimentos para o seu ego e sim trabalhando para vitórias pelo coletivo.
5- Dar espaço para que novas lideranças surjam, assim se fortalece a associação, afinal, de definitivo ,você Juiz e esta, de momento, dirigente associativo.
6- Falar sempre a verdade, os colegas podem não concordar com você, mas tem o direito de que seu dirigente desenvolva uma postura de lealdade e transparência associativa que se traduz em falar a verdade dos fatos, sem adulteração tendenciosa que finda levar a ilusão e transformando-se rapidamente em desilusão.
7- Nunca expor associados, o dirigente associativo é o escudo protetor, os colegas comentam os assuntos em forma de "pedido de providencias", logo falar de fatos quando necessário, sem expor quem os comentou, até mesmo por que a divulgação dos mesmos pressupõe que foram aceitos como verdadeiros, logo a responsabilidade pelo que se torna público é do dirigente associativo e não do associado que lhe transmite.
8- Zelar pela união do grupo, significa que se deve prioritariamente pensar no coletivo, com renuncias pessoais, afinal a escolha para a labuta associativa foi sua, então, o norte é sempre a agregação do grupo como elemento essencial para o fortalecimento da categoria.
9- Por fim a regra áurea: trabalho, trabalho, trabalho, no mais das vezes tudo se consegue e resolve assim.