O Supremo Tribunal Federal (STF) fechou, nesta quarta-feira (18), um termo de cooperação com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com esforços para combater a desinformação no Judiciário. Os tribunais vão desenvolver ações que visem esclarecer o funcionamento das instituições e rebater fake news.
Presidente do Supremo, o ministro Luiz Fux disse que ataques de desinformação contra o Poder Judiciário representam "atentados contra a democracia". Também disse que o inquérito das fake news, tocado na Corte, revelou "notícias de atos preparatórios de terrorismos contra o STF".
Fux elogiou a iniciativa do ministro Dias Toffoli, que instaurou o inquérito em 2019, quando presidia a Corte.
Disse que a investigação enfrentou "verdadeiros ataques" à Corte, e que a condução do ministro Moraes tem sido feita com "extrema seriedade e competência".
Moraes foi alvo de uma notícia-crime apresentada ao STF em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o acusa de abuso de autoridade. Relator do caso, Toffoli rejeitou o pedido do chefe do Executivo para investigar Moraes.
O evento na sede do Supremo marcou a apresentação das parcerias no Programa de Combate à Desinformação da Corte.
Participaram ao lado de Fux os ministros Edson Fachin, que preside o TSE, e Alexandre de Moraes.
A inciativa conta ainda com parcerias de outras 33 de entidades e organizações da sociedade civil, como universidades, empresas e associações de classe.
"O programa quer impedir a proliferação de falas muitas vezes inventadas de ministros, que sequer se pronunciaram, e evitar que as pessoas se confundam quanto à competência do STF", declarou Fux. "O termo é uma pareceria que leva em conta a importância de união de esforços dentro do Judiciário para desestimular a proliferação de informações falsas".
"O TSE pode contar como STF nessa árdua missão de proteger a democracia brasileira e conjurar a desinformação do cenário nacional".
Fachin afirmou que o programa visa combater a "fraude informativa" por meio de uma "aliança institucional estratégica" entre os tribunais.
O ministro disse que os tempos atuais são "espinhosos" e marcados por "ameaças insistentes" que buscam "erodir consensos, promover hostilidade e cultura anti cívica a partir de ideias distorcidas que pretendem, na estratégia mais ampla. fixar como reais narrativas inventadas".
Outras 33 entidades também compõem o programa:
Agência de Jornalismo e Checagem Lupa;
Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade);
Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil);
AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros);
Anoreg (Associação dos Notários e Registradores do Brasil);
Associação Internetlab de Pesquisa Em Direito e Tecnologia;
ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal);
Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho);
Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público);
APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais);
Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação);
Fasius - Plataforma de Inteligência Jurídica;
Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal);
Funece (Fundação Universidade Estadual do Ceará);
UFMT (Fundação Universidade Federal do Mato Grosso);
Grupo Robbu / Positus Tecnologia da Informação;
Instituto Justiça e Cidadania;
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil);
RNCD Brasil (Rede Nacional de Combate à Desinformação);
Repórter Brasil - Organização de Comunicação e Projetos Sociais, Incubadora do Curso "Vaza Falsiane";
Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação);
USP (Universidade de São Paulo);
UEG (Universidade Estadual de Goiás);
UEL (Universidade Estadual de Londrina);
UESPI (Universidade Estadual do Piauí);
UEPB (Universidade Estadual da Paraíba);
UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa);
UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina);
UFC (Universidade Federal do Ceará);
UFES (Universidade Federal do Espírito Santo);
UFRR (Universidade Federal de Roraima);
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina);
UFT (Universidade Federal do Tocantins).