Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil é celebrado neste sábado Além das mortes, da fome, do aumento de problemas sociais e econômicos, a pandemia da Covid-19 também pode colocar, até 2022, cerca de 9 milhões a mais de crianças em risco de trabalho infantil no mundo.
Os dados estão no relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) publicado para marcar o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, celebrado neste sábado, 12 de junho. A publicação também destaca o aumento desse tipo de trabalho, pela primeira vez, em 20 anos.
São crianças que, a partir de cinco anos, já começam a atuar em trabalhos perigosos, que podem de alguma forma afetar a saúde e o desenvolvimento intelectual. O estudo mostra que são mais de 160 milhões de meninas e meninos afetados no mundo. Para o consultor do UNICEF para a Proteção à Criança e ao Adolescente, Benedito Rodrigues dos Santos, esse aumento já era esperado e mostrou a necessidade de maior articulação das redes de proteção da infância.
A dificuldade em acabar com esse tipo de exploração ocorre porque, historicamente, o trabalho infantil foi naturalizado e traz ainda a ideia de formação de caráter para muitas famílias. Já o Presidente da Anamatra, Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Luiz Antonio Colussi, reforça a necessidade urgente de toda a sociedade atuar para acabar com o problema e destaca que a exploração ocorre porque crianças e adolescentes não são abarcados pela legislação trabalhista.
O trabalho rural é ainda o que mais explora a mão de obra infantil. 70% dos casos ocorre no setor agrícola, enquanto 20% dos casos ocorrem no setor de serviços, 10% na indústria. O trabalho infantil nas áreas rurais é quase três vezes superior quando comparado com as áreas urbanas.