O aumento no desemprego no Brasil nos próximos anos, previsto pela Organização Internacional do Trabalho, aumentará a demanda judicial no país. A avaliação é do presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), juiz Renato Henry Sant’Anna. “É fato que quanto maior o número de desempregados, maior o número de reclamantes na Justiça do Trabalho”, ressalta. Sant’Anna alerta também para o fato de que, em tempos de crise, a classe trabalhadora se vê frente a ofertas de trabalho precárias e que não levam em conta os direitos trabalhistas.
Pelas previsões da Organização, a crise que atingiu os países ricos vai afetar as economias emergentes em breve. De 2011 a 2014, segundo a OIT, o Brasil terá mais um milhão de desempregados. A entidade projeta acréscimo de mais de 500 mil pessoas desempregados nos próximos dois anos no país.
“A atuação da Anamatra contra a flexibilização das leis trabalhistas é histórica. Estando ou não a economia em situação favorável, os direitos trabalhistas não podem ser ceifados em detrimento de uma preocupação eminentemente mercadológica. Não é esse o desenvolvimento que nosso país deve buscar”, disse Sant’Anna.
A previsão da OIT tem como base uma avaliação da América Latina que constata que o crescimento das economias não será suficiente para absorver a mão de obra até o ano de 2017. Entre os fenômenos que ocorrerão nesses países, segundo a OIT, estão a desaceleração do comércio global e a queda no preço das commodities com impacto imediato no mercado de trabalho. Para o Brasil, o grande desafio para a redução da pobreza é a baixa produtividade, bem abaixo da média internacional