Magistrados federais e da Justiça Trabalhista, que vão suspender as atividades hoje e amanhã para reivindicar reajuste de 28,86% nos vencimentos, prometem fazer uma mobilização intensa nos dois dias de paralisação. "Ninguém vai ficar em casa. Os juízes irão aos fóruns, mas não haverá audiências, só o atendimento de situações urgentes, como no casos de réus presos", afirmou o presidente da Associações dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Nino Toldo.
Toldo e o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), Renato Sant"Anna, se reúnem ao longo do dia com os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto. Ambos têm encontro marcado também com o corregedor da Justiça Federal, ministro João Otávio Noronha.
Os profissionais não vão participar da Semana Nacional de Conciliação do Conselho Nacional de Justiça, que começa hoje e vai até o próximo dia 14. A expectativa é de que o movimento ganhe a adesão de mais de 70% dos 1,8 mil juízes federais e dos 4 mil magistrados do trabalho.
De acordo com os presidentes das entidades que representam as duas categorias, o reajuste é necessário para recuperar as perdas acumuladas desde 2005. Eles criticam ainda o não pagamento de adicional por tempo de serviço, um fator de desestímulo que contribuiria para o abandono precoce da carreira. "Tenho 21 anos de magistratura e recebo hoje o mesmo que um juiz recém-nomeado. Não temos, como os demais servidores públicos, um plano de carreira", frisou Nino Toldo.