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* Publicado na edição do dia 4/3/2009
Uma pesquisa realizada com 792 juízes do Trabalho no Brasil inteiro revela uma categoria muito liberal em algumas questões, mas com opiniões extremamente conservadoras em outros aspectos. Enquanto 55,5% apoiam a descriminalização do aborto, 71% não querem que o mesmo aconteça com as drogas, por exemplo. Causas homossexuais têm o aval da maioria dos magistrados, mas assuntos como eutanásia ou cotas nas empresas dividem a opinião do grupo.
Entre os temas mais afeitos ao cotidiano dos juízes que foram abordados no levantamento, está o sistema de cotas nas empresas públicas e particulares. Na iniciativa privada, 43,3% são favoráveis ao método da reserva de vagas e 47,5% declararam-se contrários. No serviço estatal, 47,8% apoiam as cotas e 46,7% desaprovam.
Um dos poucos quesitos em que houve consenso foi a percepção negativa sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), envolvido em ações violentas em Pernambuco nos últimos dias. Quase 40% dos magistrados consideram o MST uma importante organização, mas que usa métodos condenáveis para atingir suas reivindicações e objetivos, e 30,9% acham que é um movimento mais preocupado com a agitação política do que com o acesso à terra. “De um lado, você tem o grupo que condena as práticas, de outro o que condena o próprio movimento”, explica Cláudio José Montesso, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), que realizou a pesquisa junto com a Universidade Estadual de Campinas.
COMO PENSAM OS JUÍZES DO TRABALHO
Veja os principais pontos da pesquisa feita com cerca de 800 magistrados:
42,1% apoiam a legalização da profissão de prostituta
55,5% são favoráveis à descriminalização do aborto
83,8% são favoráveis à interrupção da gravidez em caso de anencefalia
71% são contrários à descriminalização do uso de drogas
63,9% são favoráveis à redução da maioridade penal
66% são favoráveis à legalização da união civil de pessoas do mesmo sexo
48,6% são favoráveis à eutanásia
90,2% são favoráveis à pesquisa com células-tronco de origem embrionária 56,8 % são favoráveis à adoção de crianças por casal homossexual
74,4% são contrários à pena de morte
39,2% consideram o MST um movimento importante, mas com estratégias condenáveis
30,9% acham que o MST está mais preocupado com agitação política do que com acesso à terra
43,3% são favoráveis ao sistema de cotas em empresas privadas,
47,5% são contra
47,8% apoiam o sistema de cotas no serviço público e 46,7 desaprovam
70% são contrários ao voto obrigatório
61,2% acham que a escolha dos ministros do STF deve ser feita pelo voto dos magistrados de todos os graus de jurisdição
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