Anamatra participa do seminário “Trabalho, Democracia e Inclusão Social”, promovido pelo TST e Enamat

A presidente Luciana Conforti compôs a mesa de abertura do evento

A presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luciana Conforti, compôs, nesta terça (7/5), a mesa de abertura do seminário “Trabalho, Democracia e Inclusão Social”, promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat), em alusão ao Dia do Trabalho (1º de maio).

Em seu discurso, o presidente do TST e do CSJT, ministro Lélio Bentes, afirmou que a realização do evento é fundamental, ainda mais num momento marcado pela precarização das relações de trabalho e redução de direitos. Para Bentes, ‘é imprescindível construir alternativas inclusivas e democráticas a tais investidas, bem como estratégias de ampliação do arcabouço resistente de proteção ao trabalho, em sintonia com o princípio da progressividade dos direitos humanos. Devemos caminhar no sentido de elevar o patamar civilizatório e não regredir”, disse.

O diretor da Enamat, ministro Maurício Godinho Delgado, agradeceu a participação de todas e todos e lembrou a importância de discutir as questões que envolvem a defesa do trabalho digno e decente, ainda mais no mês que marca a luta por esses direitos. “Estamos comemorando o mês do trabalho, o Dia do Trabalho, do trabalhador e da trabalhadora. É fundamental que todo ano nós realizemos essa comemoração e essas reflexões”, avaliou.

O óbvio precisa ser dito

A presidente da Anamatra, Luciana Conforti, parabenizou a pertinência do tema escolhido para o evento, especialmente “em tempos em que o óbvio precisa ser dito”. Na visão da magistrada, é preciso retornar às inspirações de importantíssimos diplomas internacionais, como a Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), de 1948, que, em seu preâmbulo, reafirma o reconhecimento do progresso social e de melhores condições de vida, como postulados de uma liberdade mais ampla, considerando a relação entre igualdade, liberdade e trabalho, e a Declaração Filadélfia, de 1944, que inspirou a DUDH e reafirmou o princípio em que a paz permanente só pode estar baseada na Justiça Social.

Conforti também destacou a Carta de Belém, documento assinado pela Anamatra e demais entidades representativas da Magistratura e do Ministério Público, durante o II Fórum sobre os Desafios Atuais para o Poder Judiciário e o Ministério Público, promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), no ano passado. Entre outras pontuações, a Carta aponta como imperativa a afirmação plena dos direitos humanos sociais, o que antagoniza com perspectivas e posturas reducionistas quanto ao campo de incidência das normas promotoras do trabalho decente. “O documento também pontuou a democracia, a justiça, a igualdade, a inclusão e não discriminações como pilares da dignidade humana e a necessidade também da atuação independente da Magistratura e do Ministério Público”, explicou a juíza. Leia a Carta na íntegra. Também compôs a mesa de abertura o ministro Sérgio Pinto Martins, da Comissão de Documentação e Memória do TST.

Trabalho e democracia
Coube ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino a conferência de abertura do seminário. Fazendo uma profunda análise histórica da relação entre trabalho e democracia, Dino avaliou aspectos como a informalidade, os mitos do empreendedorismo e suas graves consequências, os perigos da inserção desenfreada da tecnologia no cotidiano das pessoas, inclusive no trabalho, abordou as recentes e amplamente noticiadas críticas recebidas pelo STF quanto a supostas censuras em redes sociais e teceu reflexões sobre a necessidade de limites no uso de algoritmos, especialmente no que se refere às inteligências artificiais, entre outros pontos.

Se referindo à problemática do trabalho por aplicativos e da chamada liberdade econômica, o ministro afirmou que, em seu mandato no STF, tem defendido a interpretação adequada da Constituição. Dino lembrou que a Carta Magna permite outras formas de trabalho humano além da CLT, mas como exceções e que é preciso ter cuidado para identificar as regras e as exceções, para que seja observado o Art. 1º da Constituição, que coloca o valor social do trabalho como um dos fundamentos para o Estado Democrático de Direito.
“Como é que nós vamos agora, em nome do supostamente serviço moderno e tecnológico, dizer que a Constituição não diz o que ela diz, e condenar as pessoas a formas contemporâneas de escravidão?”, questionou o ministro.

Programação
O seminário, que foi transmitido pelo canal do TST no Youtube, contou também com painéis sobre os temas: "Trabalho e Inclusão Social", “Democracia e Constitucionalismo Social”, “Trabalho precarizado e seus recortes de gênero e raça” e “Trabalho decente: instrumento da liberdade e da igualdade”. Assista na íntegra.

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.