Noemia Porto participou da live “Visibilidade da Mulher”
A presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), Noemia Porto, participou, nesta quinta (19/11), da live “Visibilidade Da Mulher", promovida pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT). O evento, que reuniu diversas autoridades e personalidades, foi transmitido pelo canal da ANPT no YouTube.
Também participaram do evento o presidente e a vice-presidente da ANPT, respectivamente, José Antonio Vieira Filho e Lydiane Machado, as subprocuradoras-gerais do Trabalho Maria Aparecida Gurgel e Sandra Lia Simón, a Subprocuradora-Geral da República, Eliana Torelly, as procuradoras regionais do Trabalho Regina Butrus e Adriana Reis, as escritoras Janine Rodrigues e Lucelena Ferreira, além da procuradora do Trabalho e cantora Silvana da Silva, que fez uma participação especial no evento.
Em sua fala, Noemia Porto destacou a baixa representatividade das mulheres em cargos diretivos associativos, especialmente a presidência, citando a sua própria eleição na Anamatra, que fez dela apenas a terceira mulher a ocupar o cargo na entidade em mais de 40 anos. A juíza também mencionou a eleição de Renata Gil, a primeira mulher presidenta da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e ressaltou, ainda, que a Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE) jamais foi presidida por uma mulher.
Se para alguns, essas constatações podem significar que a igualdade entre homens e mulheres, numa das mais importantes carreiras jurídicas (a magistratura), tem sido paulatinamente alcançada, para a magistrada, a realidade vivida não representa uma trajetória ascendente. “A maior presença de mulheres na magistratura do trabalho nem sempre tem significado a experiência de uma igualdade vista como substantiva. Essa crescente participação não foi e não é transposta automaticamente para a presença no movimento político coletivo da magistratura”, afirma.
Noemia Porto fez uma análise crítica, com apresentação de dados estatísticos, da ocupação feminina em todas as esferas do Poder Judiciário brasileiro, inclusive passando pela Justiça do Trabalho e pela própria Anamatra. A juíza também fez um alerta quanto às representações estereotipadas das mulheres na esfera política que, em sua visão, devem ser consideradas nesta trajetória acidentada em busca da igualdade. “Mulheres compreendem e atuam nas relações de poder de forma diferente, nem melhor e nem pior do que os homens, mas nem sempre essa diferença é respeitada e valorizada”.
Para Porto, a magistratura ainda é predominantemente masculina e não apenas na presença majoritária, considerando o conjunto da magistratura, mas no modo como se organiza e se moldam as experiências do que é ser juiz. ‘O que se nota é que a magistratura mais feminina do país ainda tem desafios pela frente para equacionar o desencontro entre a maior presença quantitativa no Poder Judiciário e a ausência de uma experiência profissional efetivamente igualitária. No âmbito da Anamatra, acreditamos que a diversidade no Judiciário e nas associações poderá ter claros impactos, que precisam ser analisados, seja na prestação jurisdicional, seja no fortalecimento dos elos associativos”, defendeu.
Confira a íntegra da live: