Declarações do comentarista foram feitas em emissora de rádio de São Paulo
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho - Anamatra, entidade representativa de 4 mil juízes do Trabalho de todo o Brasil, vem a público repudiar as levianas declarações do comentarista José Nêumanne Pinto que, na manhã de ontem (5/4), em emissora de rádio de São Paulo, teceu considerações irônicas e desairosas sobre os Ministros do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello e Rosa Weber, referindo-se ainda à Justiça do Trabalho, de onde são ambos originários, como “meia Justiça”.
Solidária aos Ministros citados, a Anamatra reporta as inúmeras edições do Relatório “Justiça em Números”, do Conselho Nacional de Justiça, a demonstrar cabalmente a superior eficiência da Justiça do Trabalho em todos os aspectos – relação custo-benefício, acessibilidade ao jurisdicionado, tempo de tramitação dos processos, índice de conciliação e efetividade das decisões -, redundando em nada menos do que 29 bilhões de reais em créditos trabalhistas quitados somente no ano de 2018, ao que se soma a arrecadação de contribuições sociais, IRPF e outros créditos da própria União (3,6 bilhões de reais, no mesmo exercício, dentre custas, emolumentos, multas, recolhimentos previdenciários e Imposto de Renda), consoante dados oficiais do Tribunal Superior do Trabalho. Espera-se que o jornalista possa refletir sobre o que isto significa, num país de 13 milhões de desempregados, em termos de promoção de cidadania e de afirmação do valor da legalidade.
Daí porque, desprovidas de fundamentos fáticos ou técnicos, as descabidas ilações refletem apenas o preconceito pessoal de seu emitente, apegado ao senso comum dos tolos. Poderia tê-las evitado com uma singela consulta a dados públicos, facilmente acessíveis a qualquer cidadão. Aliás, ao negligenciar obrigação tão cara ao bom jornalismo, o incauto comentarista é quem, afinal, corre o risco de ser considerado “meio jornalista”.
Brasília/DF, 4 de abril de 2019.
Guilherme Guimarães Feliciano
Presidente