Ministro Brito Pereira faz primeira visita oficial como presidente ao Conselho Fiscal da Anamatra
O Conselho de Representantes da Anamatra recebeu nesta quarta-feira (28/2) a visita do novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Brito Pereira, que compareceu, a convite da entidade, para falar aos presidentes e representantes de Amatras sobre as expectativas e desafios do TST e da Justiça do Trabalho durante a sua gestão. O ministro, que tomou posse no último dia 26 de fevereiro, também ouviu as manifestações e preocupações de alguns dos presidentes das Associações regionais sobre os anseios da carreira.
O presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano, recebeu o ministro agradecendo sua disponibilidade em falar ao Conselho e observando que a Anamatra foi o primeiro órgão a receber a visita oficial do novo presidente do TST, imediatamente após sua posse. “Isso mostra o esforço do presidente em restabelecer alguns canais de diálogo, com a Anamatra e Amatras, que estavam erodidos e que, seguramente, vão se reconstruir. A Anamatra estará disposta a colaborar, a qualquer momento, com o que for”, disse.
Em sua fala, o presidente do TST reforçou sua honra em comparecer à Anamatra, destacando que o diálogo e a união serão os principais motes de sua gestão. “Sempre tive a ideia de que, ao presidente do TST, não é dado resolver sozinho questões da sua gestão. É um colegiado. E esta conversa gira em torno de ideias que serão ouvidas e desenvolvidas dentro do colegiado e, por isto, estou aberto a sugestões para que possamos andar juntos e unidos. Espero que esta parceria sirva de exemplo. Quero ser um agente disseminador destas conversas para que, todos juntos, possamos contribuir para o fortalecimento da Justiça do Trabalho”, disse.
Sobre a questão da extinção da Justiça do Trabalho, o ministro destacou que é precisar reagir frente às ameaças. “O Congresso é quem tem o poder de criar ou extinguir leis, então nós temos que levar muito a sério o que os parlamentares dizem, e mostrar para eles e para a sociedade o que somos. Mostrar que os nossos mais de quatro mil juízes estão trabalhando diuturnamente, mostrar nossas estatísticas, mostrar os nossos tribunais, os nossos fóruns”, destacou. O ministro defendeu o estreitamento do diálogo com os deputados e senadores, bem como a necessidade de mostrar o trabalho que vem sendo realizado no combate ao trabalho infantil e na defesa do trabalho seguro, com mesas redondas e seminários. “Precisamos trabalhar com nosso discurso afinado, e o Coleprecor (Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho) está aí para fazer este elo entre TST e juízes. E a Anamatra também está aqui para isto. O diálogo só é bom quando todos falam e todos escutam”, ponderou.
Brito Pereira também falou sobre a sua preocupação com a reforma trabalhista. “Nós não podemos deixar de falar da reforma, pois ela está diariamente na nossa mesa, nas nossas teses, e o TST está estudando algumas questões que envolvem a implantação da reforma, para nos trazer um retorno e sabermos até onde podemos ir”, disse reforçando seu empenho em tratar a questão respeitando a independência do juiz. “A Magistratura pode ter certeza que tudo farei como presidente e juiz para evitar interferência nessa questão”.
O presidente do TST respondeu questionamentos e ouviu declarações dos presidentes de Amatras sobre temas que preocupam toda a Magistratura do Trabalho. Também respondeu questionamentos sobre a desvalorização da carreira e a busca pelo apoio do TST, no que tange ao reconhecimento dos juízes e ao resgate da dignidade da Magistratura trabalhista, como também da confiança em seu órgão de cúpula, com foco na reconstrução da Justiça do Trabalho como uma unidade independente. Neste ponto, Brito Pereira, mais uma vez, reforçou a permanência do diálogo do TST com os magistrados. “Precisamos nos unir e trabalhar juntos. Não há fórmula mágica, mas com esforço e boa vontade nós podemos ir”, disse.
