A Organização Internacional do Trabalho (OIT) debate, em sua 105ª Conferência Internacional do Trabalho, a questão das cadeias globais de fornecimento e seus reflexos no universo do trabalho decente. Embora o tema já seja objeto de debates em outros foros internacionais, como na Organização Mundial do Comércio e na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é a primeira vez que é discutido na perspectiva do trabalho. Dados iniciais revelaram números estatisticamente significativos de cadeias produtivas em que os últimos elos - os mais distantes dos centros consumidores - exploram trabalho infantil, escravo e/ou degradante.
Segundo Guilherme Feliciano, vice-presidente da Anamatra, que acompanha a 105ª CIT pela Anamatra (observadora externa oficial neste ano), "são claras as resistências econômicas à possibilidade de se aprovar uma convenção internacional a propósito do tema, notadamente por parte de potências como a China e os EUA. Já por isso, imagina-se que não se adotará convenção a respeito, infelizmente. Nada obstante, a própria discussão já tem valor por si: lança luzes sobre uma problemática que, até então, estava oculta sob o conforto da territorialidade das legislações nacionais".
Confira aqui o relatório nº 4 da OIT sobre o trabalho decente nas cadeias globais de fornecimento e seus efeitos nessa perspectiva.
Foto: Crozet/Pouteau/Albouy
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