Vara do Trabalho do Piauí aplica dinheiro de multas em ações sociais

Iniciativa é do presidente da Amatra 22 (PI), Carlos Wagner

Uma iniciativa pioneira do presidente da Amatra 22 e juiz da Vara do Trabalho de Bom Jesus (PI), Carlos Wagner, está trazendo benefícios efetivos para os moradores e localidades do município, localizado no sul do Estado e um dos pólos do agronegócio dos cerrados piauienses. A Vara do Trabalho doou para uma comunidade da zona rural do município uma sala de informática dotada de seis computadores com impressora, teclados, mouse e mesa de apoio.

Os equipamentos foram adquiridos com recursos de multa aplicada a uma empresa da localidade por prática de trabalho escravo. A doação ocorreu no início de abril. A iniciativa vai permitir que estudantes e trabalhadores da região, que não possuem computadores e outros equipamentos de tecnologia em casa, tenham acesso à internet e material de estudo e pesquisa pela web. Os equipamentos vão beneficiar estudante e moradores da localidade Cajazeiras, no município de Santa Luz, a 600 quilômetros ao Sul do Piauí, que integra a jurisdição da Vara de Bom Jesus.

“Muitos estudantes e jovens de famílias carentes da zona rural não têm hoje acesso à internet, o que limita seu campo de estudo e de pesquisa. Essa doação vai amenizar esse problema”, declarou o Carlos Wagner Araújo Néry da Cruz, titular da Vara do Trabalho de Bom Jesus. Segundo o magistrado, a ideia é utilizar o dinheiro das multas trabalhistas em benefício da própria comunidade onde as penalidades são aplicadas.

Normalmente, esses recursos são destinados ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). "A ideia é que o dinheiro das multas, em vez de ser revertido ao FAT, seja utilizado em benefício da própria comunidade que, de algum modo, foi lesada nas irregularidades que geraram as penalidades”, explica Carlos Wagner. Presidente da Amatra 22 (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 22ª Região-Piauí), Carlos Wagner explica que a iniciativa da Vara do Trabalho de Bom Jesus inclui-se na proposta da Justiça do Trabalho de fazer distribuir também cidadania, além da atividade jurisdicional em si.

Não é a primeira vez que a ideia é colocada em prática. No ano passado, uma outra sala de informática foi montada para o programa Pro-Jovem de Bom Jesus. Em outra ocasião, foram doados 120 livros novos para o campus da Uespi (Universidade Estadual do Piauí) de Bom Jesus, contratado um monitor para conscientizar a população da região sobre como evitar o trabalho escravo e adquirido bombas para poços nas comunidades da zona rural, tudo com dinheiro arrecadado de multas trabalhistas.

 

* Texto e foto Ascom Amatra 22 (PI)

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