O presidente da Anamatra, Renato Henry Sant’Anna, participou da abertura do Seminário Trabalho Infantil, Aprendizagem e Justiça do Trabalho na noite desta terça-feira (9/10) no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na cerimônia, o presidente da Corte, ministro João Oreste Dalazen, afirmou que ninguém pode ficar indiferente a essa questão, e conclamou a todos para uma união cívica para extirpar o trabalho infantil. O evento, que aconteceu na sede do TST em Brasília, contou com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto, entre diversas autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo.
De acordo com dados revelados por Dalazen, só no Brasil os números do IBGE relativos a 2011 denunciam que 3,6 milhões de crianças entre 5 a 17 anos trabalham. Para Dalazen, o trabalho infantil atrai diversas consequências deletérias para a criança, além do sofrimento pessoal. São crianças que não vão à escola porque trabalham, e que acabarão se tornando adultos pobres. "Isso mantém o ciclo vicioso da miséria", disse o ministro.
A conferência de abertura ficou por conta de Kailash Satyarthi, ativista de direitos humanos da Índia e atuante no movimento global contra a escravidão e a exploração do trabalho infantil. Indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2006, ele falou sobre os desafios e perspectivas da erradicação do trabalho infantil. Satyarthi iniciou sua conferência explicando que as diversas crises globais enfrentadas pela humanidade como fome, terrorismo e falta de combustíveis, entre outras, nos forçam a pensar de forma diferente. Para o indiano, o trabalho infantil é um desses problemas globais, e por isso é preciso pensar em soluções globais para a questão da infância. Ele revelou, por exemplo, que os gastos mundiais com consumo de cigarros, armas ou cosméticos resolveriam de uma vez por todas os problemas de educação infantil.