O adoecimento do Judiciário e a contrassaúde do magistrado será um dos temas do 16º Conamat. O painel acontece no terceiro dia do evento (3/5) e contará com a participação de Marilda Novaes Lipp, que debaterá o tema com a professora Ada Ávila Assunção e o médico Laerte Sznelwar.
Lipp, que é PhD em Psicologia e pós-doutora em stress social, afirma que a tendência natural em magistrados é se excluir do âmbito da tarefa de cuidar dos assuntos do outros e que é relevante que a sua saúde não seja abalada pelo stress excessivo. “O ato de julgar é difícil, solitário e estressante. É fundamental lembrar que o stress emocional, quando excessivo, dificulta o raciocínio lógico, gera ansiedade e debilita o organismo tanto no físico como na mente” esclarece.
Segundo a especialista, o tema “saúde” é pertinente para um congresso de magistrados, pois o stress ocupacional, e os grandes danos por ele gerados, advém das características da função exercida e das demandas por ela imposta. “No acúmulo de processos e no isolamento que o cargo impõe, será extremamente importante a troca de impressões, de sentimentos e de angústias e alegrias que em geral são mantidos na redoma do âmbito de cada toga. Poder ouvir e compartilhar conflitos e estratégias de enfrentamento eficazes que estão sendo utilizadas por colegas, e obter sugestões de profissionais especializados que tem uma visão mais abrangente e menos inclusiva, quebra o isolamento, facilitando, com certeza, uma atuação menos solitária”, disse.
Na visão de Marilda Novaes Lipp, o Conamat não é importante apenas para a magistratura. “Considero este evento de máxima importância não só para a Magistratura, mas também para trabalhadores e empresas que dependem do julgamento preciso e justo do magistrado do Trabalho. Pretendo discutir estressores ocupacionais, estratégias de enfrentamento mais eficazes e como o magistrado pode se proteger da ação deletéria do stress ocupacional que está submetido no dia a dia do exercício da sua função”, finaliza.