Há 35 anos, no dia 28 de setembro de 1976, 88 juízes do Trabalho uniram-se com um único propósito libertário: o de fundar uma entidade que pudesse auxiliar a Justiça do Trabalho a alçar ao patamar de respeito dentro da organização social brasileira. Eram tempos difíceis para a Justiça do Trabalho, ainda sobre a forte influência do Poder Executivo e com o país sob a vigência do Ato Institucional nº 5 (AI5).
A união desses magistrados do Trabalho deu origem à Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, a nossa Anamatra. Uma entidade que não alçou o patamar de respeito que hoje se encontra sem passar por grandes desafios: desde a mobilização pelas “Diretas Já”, passando pela Assembleia Constituinte, o combate aos representantes classistas, a era Collor e a turbulência dos planos econômicos, ameaças à extinção da Justiça do Trabalho e tantas outras lutas travadas pelos juízes dentro e fora dos tribunais trabalhistas brasileiros.
Hoje, após 35 anos de existência, podemos dizer que nossa Associação cresceu. Reunimos mais de 90% dos juízes do Trabalho, inclusive aposentados. Somos mais de 3,6 mil associados em 24 Regiões brasileiras. São magistrados que assumiram a contínua tarefa de atuar para que a Anamatra continue inserida em uma agenda nacional em defesa da Justiça do Trabalho, da cidadania e dos direitos sociais, ultrapassando as aspirações meramente corporativas.
É um dia de júbilo e orgulho para os juízes do Trabalho brasileiros, que contam com uma entidade de respeito e prestígio perante os três Poderes da República e a sociedade. Rendemos, nesse dia 28 de setembro, nossa mais sincera homenagem aos magistrados do Trabalho de ontem e de hoje. Que juntos possamos continuar defendendo a Justiça do Trabalho e o Estado Democrático de Direito.
Termino lembrando as palavras de nosso primeiro presidente e um dos fundadores da Anamatra, ministro Ronaldo Lopes Leal. Que, passados 35 anos, continuemos aspirando à independência dos juízes do Trabalho, “tentando obter espaço para a respiração, para a transpiração, para a livre manifestação do pensamento e espaço e para que o juiz tenha liberdade de julgar de acordo com a sua consciência”.
Parabéns, juízes do Trabalho! Parabéns, Anamatra!
Clique aqui para ler a ata manuscrita de fundação da Anamatra.
Renato Henry Sant’Anna
Presidente da Anamatra – gestão 2011/2013