José Simpliciano e Roberto Pessoa falam sobre a valorização do magistrado aposentado

Ministro do TST e desembargador aposentados proferiram palestra de abertura do 2º Encontro Nacional dos Magistrados do Trabalho Aposentados
A palestra de abertura do 2º Encontro Nacional de Magistrados do Trabalho Aposentados teve como tema “A Valorização do Magistrado Aposentado – Resolução 125 do CNJ e o Aproveitamento da Experiência do Magistrado Aposentado pelo Poder Judiciário”. Falaram sobre o assunto o ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho (TST) José Simpliciano e o desembargador aposentado do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) Roberto Pessoa.

José Simpliciano destacou, para os mais de 100 participantes do Encontro, que também é papel da Anamatra, como entidade representativa da magistratura trabalhista ativa e inativa, promover o incentivo nos tribunais quanto à maior participação do juiz no Poder Judiciário depois de aposentar-se. “Em função da longevidade o homem compreendeu que envelhece fisicamente, mas não espiritualmente e psicossocialmente”, explicou o ministro, também defendendo que é preciso preparar o juiz quando está prestes a se aposentar.
 
“Tem-se que fazer um trabalho com os ativos quanto ao novo enfrentamento de sua vida profissional a partir da aposentadoria”, aconselhou.  “Paralelo a isso, a Anamatra poderia fazer um trabalho com os já aposentados, como este encontro, que serve também para oxigenar a vida”, completou.
 
Simpliciano aproveitou a oportunidade para mostrar que este preparo seria, inclusive, importante para os magistrados ativos no que diz respeito ao trato deles com os colegas que já se aposentaram. Segundo o ministro, que hoje exerce a advocacia em Brasília, muitos juízes o tratam diferente nas audiências por ele já ter exercido a magistratura. “Tenho sentido um pouco de dificuldade dos magistrados de lidar com o aposentado que advoga”, declarou. “Talvez seria o caso de haver um trabalho de deontologia jurídica para que isso mude”, sugeriu.
 
“Viva cada dia como se fosse o primeiro”
O desembargador aposentado do TRT-5 (BA) Roberto Pessoa iniciou sua explanação citando uma frase do arquiteto Oscar Niemeyer:  “Não viva cada dia como se fosse o último,  viva como se fosse o primeiro”. Ele transmitiu aos colegas de magistratura que após a aposentadoria ainda pode-se fazer muito pelo Poder Judiciário e, especialmente, pela sociedade.
 
“Há, em nossos quadros de aposentados, inúmeros magistrados que continuam com vocação, foco
e disposição parra colaborar com a instituição que serviram com denodo e dedicação e, sobretudo, a amam e que se dispõem a colocar as suas forças físicas e intelectuais em favor da instituição que se mantêm vinculados”, destacou Pessoa.
 
Entretanto, o desembargador baiano lembrou que também é necessário empenho dos tribunais. “Basta a vontade política dos administradores e gestores dos tribunais, porque até mesmo norma já existe para este aproveitamento”, ressaltou, ao citar a Resolução 125 do CNJ.
 
Para encerrar, Pessoa desabafou: “O que propomos é a possibilidade do nosso aproveitamento para transmitirmos conhecimentos e experiências à comunidade jurídica, pois para isto confiamos na possibilidade de superarmos as nossas próprias limitações, inclusive as temporais que o calendário da vida apronta”.

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