Em mais uma ação do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC), a Amatra1 participou, no último sábado (06/11), da ação social intitulada “Território Atividade 2”, a convite do TRT/RJ, por meio da Comissão de Responsabilidade Socioambiental. O evento foi realizado no Museu da Maré e organizado pela UFRJ. Na ocasião, a comunidade pôde receber orientação jurídica, retirar documentos - como certidão de nascimento e segunda via da carteira de identidade, e participar de oficinas de artesanato, entre outras atividades.
Durante toda a tarde, as coordenadoras regionais do TJC, juízas Luciana das Neves e Rosilda Rocha, ficaram à disposição para tirar dúvidas sobre questões relacionadas ao contrato de trabalho e para apresentar a Cartilha do Trabalhador, que traz todos os direitos e deveres dos cidadãos na seara trabalhista.
O torneiro mecânico, José Carlos de Lima, morador da favela Nova Holanda, foi um dos que retirou a cartilha para leitura. Segundo ele, conhece pouco sobre os direitos daqueles que possuem carteira assinada, mas o suficiente para ter movido uma ação contra uma empresa que estava com o pagamento atrasado.
O mesmo aconteceu com Rosemar Aparecida de Lima, também moradora da Maré, que, há alguns anos, consultou um advogado para impetrar uma ação contra o empregador que a demitiu, mas não queria lhe pagar os direitos devidos. “Conheço muito pouco dos Direitos do Trabalho, mas sei que a empresa não estava certa. Hoje em dia, estou trabalhando com carteira assinada, como operadora de máquina de embalar”, disse ela.
Almir Júnior Costa, que atua como técnico eletricista, no momento está desempregado e pensa em processar a empresa na qual trabalhava, por ato de coação e constrangimento, mas, como muitos brasileiros, tem receio de que o processo seja um empecilho para que consiga um novo emprego. “Vou me calçar de todas as informações para tomar a melhor decisão”, destacou ele.
Muitos dos que passaram pelo evento são trabalhadores informais, mas expressaram a vontade de trabalhar legalmente, utilizando sua carteira de trabalho. É o caso de Fátima Ribeiro que está, há 14 anos, desempregada e que procura uma vaga de camareira. Ela diz que trabalhou em casa de família e em hospital, como acompanhante, mas que, na época, não sabia que era obrigatória a assinatura da carteira. Hoje, sabendo dessa obrigatoriedade, vai exigir, quando a contratarem.