O presidente da Anamatra, Cláudio Montesso, participou nesta quarta-feira (12/11) do painel “Visão institucional das Assessorias de Comunicação Social”, no IV Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça, evento promovido pelo Fórum Nacional de Comunicação e Justiça, em Florianópolis-SC.
Para Montesso, o trabalho desempenhado pelas assessorias de comunicação e de imprensa é importante, tendo como prioridade desmistificar o “juridiquês” para que a mensagem passada seja compreendida. Ele defendeu o comprometimento do assessor com as causas da entidade. “Alguns querem inserir a associação ou o órgão na mídia a qualquer preço e se esquecem do papel da instituição”, afirmou ao relatar o caso de uma assessoria que usava o órgão demasiadamente na mídia.
No painel, coordenado pelo Procurador-Chefe da República em Santa Catarina, Carlos Augusto de Amorim Dutra, Montesso lamentou que a maioria das redações de jornais não conta com um setorista específico do Judiciário, o que dificulta o entendimento por parte dos jornalistas quanto ao conteúdo que deve ser passado para a sociedade. “O jornalista deveria saber o que é uma petição inicial, por exemplo. Ter uma breve aula de Direito”, afirmou.
Cláudio Montesso acredita que a comunicação das associações e dos órgãos públicos têm atuações distintas. “As associações têm mais liberdade e comprometimento do que as outras instituições. Elas podem expressar a opinião do magistrado, sem que seja a opinião do Poder”, afirmou.
Sobre a Revista Anamatra, que este ano concorre mais uma vez ao Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça, o presidente explicou que a publicação é elaborada com uma linguagem acessível e não fica restrita a questão jurídica. “Às vezes a gente se espanta com o alcance que o conteúdo toma”, disse, lembrando também do Informativo Anamatra, que concorre na categoria “Jornal”.
Além de Montesso, participaram do painel o conselheiro da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Rodrigo Collaço, o juiz da Associação dos Juízes Federais dos Brasil (Ajufe), Júlio Guilherme, o diretor de assuntos legislativos da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), João Batista Martins César, e o presidente do TRE-PB, Nilo Ramalho. Todos os participantes foram unânimes ao falarem da importância de uma assessoria de comunicação para os órgãos públicos e entidades.
Abertura – Ontem (11/11) o presidente do Fórum Nacional de Comunicação e Justiça, Flávio Damiani, fez a abertura do evento saudando todos os congressistas, que totalizam cerca de 200 assessores de comunicação de órgãos públicos e entidades ligadas ao Poder Judiciário de várias partes do Brasil.
A conferência de abertura “A experiência da TV Pública na democratização da comunicação” ministrada pelo jornalista Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, mostrou como o Brasil ainda busca um modelo que atenda todos os requisitos de uma TV Pública. “A TV ideal deve ser voltada para a cidadania, formação cultural, educação, informação, prestação de serviço, uma televisão de diversidade”, afirmou dando como exemplo a BBC, de Londres.
O evento segue até esta sexta-feira (14/11) quando serão conhecidos os vencedores do Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça - 2008. A Anamatra concorre em duas categorias: jornal e revista. A Revista Anamatra foi vencedora do prêmio nos anos de 2005 e 2007.