ALJT divulga declaração sobre sua terceira reunião plenária

Reunião realizada na sede da Anamatra tratou, entre outros assuntos, da organização e promoção do II Congresso Latino Americano de J

DECLARAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE JUÍZES DO TRABALHO

Em sua terceira reunião plenária, realizada em Brasília, nos dias 28 e 29 de janeiro de 2008, a Diretoria e o Conselho Consultivo e Fiscal da Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho (ALJT) tratou de diversos aspectos de sua atividade e gestão, especialmente daqueles relacionados com a organização e promoção do II Congresso Latino Americano de Juízes do Trabalho, que será realizado em Manaus, Estado do Amazonas, Brasil, entre os dias 27 e 29 de abril do corrente ano. Por seu rico temário, pela qualidade dos expositores e conferencistas e pela beleza do lugar, recomenda-se a participação nesse acontecimento cultural e social.

Na reunião foram abordadas também outras questões que concernem ao movimento associativo dos juízes laborais e à problemática específica que é objeto de sua atuação, nos termos estatutários, sem prejuízo das que serão debatidas no II Congresso, em cujo temário estão contidas.

Como resultado deste exame e contemplando situações e conflitos atuais, debateu-se e aprovou-se a seguinte declaração:

A Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho vê-se no dever de, uma vez mais, ainda que sob o risco de parecer repetitiva, pugnar pela garantia da independência externa e interna dos juízes do trabalho que, sem ela, careceriam das condições mínimas para a efetivação de um direito que, por natureza, é compensador das desigualdades pessoais e sociais.

Os juízes do trabalho resolvem conflitos individuais e coletivos, pela única via legítima, que é a da aplicação e interpretação das normas internacionais, constitucionais e legais. Seus pronunciamentos e sentenças não estão, nem poderiam estar, destinados à satisfação da idéia subjetiva daquilo que seja "fazer justiça" desde o ponto de vista de cada uma das partes envolvidas no conflito a ser resolvido.

Essa cosmovisão subjetiva afeta a independência judicial, sem dúvida. Mas a gravidade é maior e, com ela, o ataque à garantia da independência judicial, quando o "queixoso" é o poder político; e, especialmente, quando, pelo fato de ter sido vencido em um processo regular ou haver obtido uma decisão judicial adversa, considera-se no direito de invadir a esfera intangível da independência e equilíbrio dos Poderes do Estado.

Há diversos e constantes exemplos dessa anomalia no panorama latino-americano. Porém, nos últimos tempos, parece haver-se multiplicado e agravado. Talvez seja inevitável referir-se, como exemplo dessas condutas, a recentes declarações públicas do Chefe de Governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, que não vacilou em informar publicamente que estudaria a promoção de representação contra os juízes que decidiram, por medida cautelar, suspender a aplicação imediata de um ato do Chefe do Executivo, que determinou a exoneração de 2.300 empregados públicos daquela cidade.

A ameaça de instauração de processo contra os referidos magistrados é exercida a pretexto de que configura "mal comportamento" o julgamento contrário à decisão tomada pelo Poder Executivo de Buenos Aires.

Para além do ataque aos juízes pelo conteúdo de suas sentença e da pretensão de condicionar, por tal via, o cumprimento de seus deveres de magistrado, com evidente ofensa à independência judicial, a providência configura inadmissível invasão ao equilíbrio dos Poderes, de que é inseparável o controle judicial dos atos do executivo e do legislativo. E tal prejuízo aos princípios republicanos potencializa-se na medida do alcance da decisão e da pressão política na composição dos órgãos que detêm a competência para o julgamento e a exoneração dos juízes.

A ALJT denuncia e reprova essas condutas e reitera que sem independência judicial não se realizam as funções dos juízes na sociedade, das quais é inseparável o controle dos atos da administração pública.

Assinam: Grijalbo Fernandes Coutinho (Brasil), presidente; Mario Elffman (Argentina), Vice-Presidente ( Cone Sul ); Hugo Cavalcanti Melo Filho ( Brasil), Secretário Geral de Organização e Finanças;  Julia Myriam Odella Feijó (Uruguai), Diretora de Valorização e Prerrogativas dos Juízes do Trabalho; e os membros do conselho consultivo e fiscal Maria Madalena Telesca ( Brasil), Nanci Amanda Corrales García (Uruguai) e Antônia Mara Vieira Loguercio (Brasil).

Versão em espanhol:

DECLARACIÓN DE LA ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA

 DE JUECES DEL TRABAJO.-

En su 3ª reunión plenaria, realizada en Brasilia los días 28 y 29 de enero de 2008, el Directorio y el Consejo Consultivo y Fiscal de la Asociación Latinoamericana de Jueces del Trabajo (A.L.J.T.) se abocó al tratamiento de diversos aspectos de su actividad y gestión, con centro en las tareas correspondientes a la organización y promoción del IIº Congreso Latinoamericano de Jueces del Trabajo, que ha de realizarse en Manaos- Estado de Amazonas- Brasil, entre los días 27 y 29 de abril del corriente año.  Por su rico temario, por la calidad de los expositores y conferencistas, y por ese hermoso lugar de la selva amazónica, se recomienda tenerlo en cuenta y participar de ese acontecimiento cultural y social .

En la reunión se abordaron también otras cuestiones que conciernen al movimiento asociativo de los jueces laborales y a la problemática específica que es objeto de su actuación y de sus  estatutos y programa, sin perjuicio de las que se abordarán en el IIº Congreso, en cuyo temario están contenidas.

Como fruto de este examen, y contemplando situaciones y conflictos actuales, se debatió y aprobó la siguiente DECLARACIÓN :

La A.L.J.T. se ve en la necesidad imperiosa de  insistir una vez más, al riesgo de resultar aparentemente reiterativa, sobre las garantías de la independencia externa e interna de los jueces del trabajo, pues en defecto de ellas carecerían de las condiciones mínimas para tornar operativo un derecho cuya naturaleza es compensadora de desigualdades personales y sociales.

Los jueces de trabajo resuelven conflictos individuales y colectivos, por la única vía legítima, que es la de la aplicación e interpretación de normativa internacional, supraconstitucional, constitucional y legal.- Sus pronunciamientos y sentencias no están destinadas, ni pueden estarlo, a la satisfacción de la idea subjetiva de aquello que sea "hacer justicia"  desde el punto de vista de cada una de las partes involucradas en el conflicto resuelto.

Esa cosmovisión subjetiva afecta la independencia judicial, sin duda. Pero el agravio es mucho mayor, y con ello el ataque a la garantía de la independencia judicial, cuando el "quejoso" es el poder político; y especialmente, cuando por el hecho de haber resultado vencido en un juicio regular o haber merecido una resolución judicial adversa, se considera en el derecho de invadir la esfera intangible de la independencia y equilibrio de los Poderes del Estado.

Hay diversos y constantes ejemplos de esa anomalía en el panorama latinoamericano. Pero en los últimos tiempos parecen haberse multiplicado y agravado. Tal vez sea inevitable referirse, como ejemplo de esas conductas, a recientes declaraciones públicas del Jefe de Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires, que no ha vacilado en informar públicamente que estudiará la promoción de juicio político a los jueces que dispusieron, por vía de medida cautelar, suspender la aplicación inmediata de un acto mediante el cual el Jefe del Ejecutivo había dispuesto la cesantía de 2.300 empleados públicos de su dependencia.

La amenaza de instalación de proceso contra los referidos magistrados se ejerce a pretexto de considerar, obviamente, que sería  "mal comportamiento" de los jueces  el haber resuelto en contra de lo dispuesto por el órgano ejecutivo del gobierno.

Esto es mucho más grave, por cierto, que el ataque a los jueces por el contenido de sus sentencias y la pretensión de condicionar por tal vía el cumplimiento de sus deberes, dado que al agravio a la independencia judicial se añade la invasión al equilibrio de los poderes, inseparable de la justiciabilidad de los actos del ejecutivo y del legislativo. Y tal perjuicio a los principios republicanos se potencia allí donde puede llegar a gravitar la decisión y la presión política en la composición de los órganos con competencia para el juzgamiento o la exoneración de los jueces.

La ALJT denuncia y reprocha estas conductas, y reitera que sin independencia judicial no se realizan las funciones de los jueces en la sociedad, de las que es inseparable el contralor de los actos y de las vías de hecho de la administración pública.

Brasilia, 29 de enero de 2008.-

Firman: Grijalbo Fernandes Coutinho, presidente; Mario Elffman, vicepresidente para el Cono Sur, Hugo Cavalcanti Melho Filho, Secretario Gral.  de Administración y Finanzas, y los restantes componentes presentes en la sesión de Directorio y Consejo: María Magdalena Telesca, Julia Myriam Odella Feijó, Nanci Amanda Corrales García y Antonia Mara Vieira Loguercio

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