Numa de nossas palestras,em atenção à uma pergunta sobre gestão de excelência,não tivemos dúvida em destacar o pensamento do célebre filósofo Aristóteles (384-322a.C.).Dizia ele: "Só fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em melhorar. A busca da excelência não deve ser um objetivo, sim um hábito." O avanço da globalização,provocado pelas descobertas científicas e inovações tecnológicas, tem sido determinante para o acirramento da competitividade internacional. A qualidade das instituições públicas afeta a competitividade do Brasil,classificado pelo Fórum Econômico Mundial na 65ª colocação,entre 117 países.A missão do Estado é dar condições estruturais favoráveis ao desenvolvimento econômicoe social.
Lição singular deu o Japão ao ressurgir das cinzas,como Fênix, tornando-se a segunda maior potência econômica do planeta.Qual o segredo do "tigre" asiático? Elevados investimentos em educação por parte do governo e, em recursos humanos, pela iniciativa privada. A pedagogia alavanca a tecnologia e sinaliza que "não existe país subdesenvolvido, o que existe é país sub administrado"(Peter Drucker). A iniciativa do país do sol nascente levou atéÓrgãos governamentais à implementação deprogramas de qualidade - adequação ao uso, com satisfação de clientes e consumidores. Qualidade é indispensável, porém semprodutividade - fazer cada vez mais,e melhor,com cada vez menos - torna-se insuficiente na redução de custos operacionais, deixando as organizações vulneráveis à competitividade. Custos,principalmente os indiretos, nos faz lembrar deunha,que deve ser cortada freqüentementepela sua incorrigível tendência de crescer.
Um dos fatores que mais provoca perda de produtividade nos serviços públicos é o excesso de burocracia,que além de não impedir corrupções e fraudes, tem inibido o desempenho das empresas, motivado a sonegação fiscal e incentivado a informalidade. As atividades comerciais sem registro contábil deram origem ao mais poderoso império da história da humanidade - o Quarto Setor.Longas filas nas repartições públicas, morosidade do andamento de processos judiciais, demora na aprovação de projetos e regulamentação de leis e exigências exageradas para abertura de empresas são alguns indicadores de baixo índice de produtividade. Entre os serviços públicos eficazes destacamos os prestadospelo Corpo de Bombeiros, inegavelmente, a instituição mais admirada pela população.
Agregar valor na gestão pública significa investir em projetos que aumentem a produtividade oferecendo à população um dos mais valiosos bens da atualidade - a praticidade.Os ganhos em produtividade passam por uma ¨revisão cirúrgica sistemática", de cada detalhe dos processos operacionais,objetivando a redução de etapas,inovação em cada uma delas minimizando tempo e, melhorainda, a eliminação de normas de procedimento. Os prestadores de serviços devem ter consciência que usam a mais valiosa das matérias-primas - o tempo - a única que não tem reposição. A excelência dos serviços públicos,especialmente em educação e saúde, é a melhor das estratégias para reduzir a vergonhosa desigualdade social - referência maior do oceano de pobres e da ilha de ricos.
A chave da eficácia encontra-se na redução das atividades-meios e na eliminação das formalidades que não agregam valores às atividades-fins. O maior desafio da classe política e dos gestores públicos é transformar uma instituição mecânica, em orgânica.Gestão transparente, interativa e que coloque (mesmo) o cidadão em primeiro lugar - é um modelo exemplar. Vale a pena uma reflexão sobre o pensamento do célebre político, orador e prosador romano - Cícero (106-43 a.C) "Vamos equilibrar o orçamento,proteger o tesouro,combater a usura e reduzir a burocracia. Caso contrário,afundaremos todos."