Parlamentares,
junto com o Judiciário e o Ministério Público, estão se organizando para
pressionar o País a ratificar a Convenção 190, da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que entrou em vigor em junho de 2021 e trata do combate à
violência e ao assédio nos ambientes de trabalho.Durante ato
no Parlamento, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados divulgou carta
aberta a respeito. O texto destaca a vulnerabilidade que os trabalhadores estão
submetidos pela desigualdade social. E acrescenta: "O assédio sexual é um dos
grandes entraves para o ingresso, a manutenção e o desenvolvimento das mulheres
no mundo do trabalho".Thaís Dumêt
Faria, representante da OIT no Brasil, afirma que a violência de gênero existe
no ambiente laboral e deve ser vista como um empecilho para o desenvolvimento
da sociedade. Ela informa: "Esta é a primeira normativa internacional que
define o conceito de violência no trabalho. Até então, a gente trabalhava no
vazio".TST - O
presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Emmanoel Pereira, reuniu-se com as
ministras da Casa e desembargadoras para tratar da Convenção 190. Ele cobrou a
adesão: "Poucos países ratificaram a Convenção e, lamentavelmente, o Brasil
ainda não faz parte desse grupo".Segundo a
Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), são 10
os países que ratificaram. Em seis, a norma já está em vigor: Argentina,
Equador, Uruguai, Fiji, Somália e Namíbia. Os outros são Grécia, Ilhas
Maurício, Itália e África do Sul.Convenção -
Esse é o primeiro tratado internacional sobre violência e assédio no mundo do
trabalho. Entrou em vigor em 25 de junho de 2021. A Convenção 190 reconhece o
direito de todas as pessoas a um mundo de trabalho livre de violência e
assédio. Ela fornece também uma estrutura comum para a ação, além de uma
primeira definição internacional de violência e assédio no mundo do trabalho,
incluindo a violência de gênero.