Flávio Amary, secretário de Habitação de São Paulo, disse enxergar um novo ciclo migratório acontecendo no estado Na cidade de São Paulo, atividades em stands de imobiliárias vão voltar, mas com horário reduzido e exigência de pré-agendamento. Crédito: Pixabay
O presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, conversou com o JOTA direto da prefeitura de São Paulo, onde, na sequência, assinou termo de compromisso para a volta do funcionamento de stands para venda de imóveis na cidade. O termo foi firmado de forma conjunta pela prefeitura com entidades do mercado imobiliário. Os principais pontos que nós concordamos são: higiene completa dos ambientes de venda, apenas uma família visitando os apartamentos decorados por vez, horários pré-agendados, e funcionamento ao longo de quatro horas por dia, com início e término fora do horário de pico, listou Jafet.
Durante webinar do JOTA, ele contou que a pandemia trouxe um compasso de espera no mercado imobiliário. As famílias resolveram adiar as compras até o final da quarentena e o movimento de venda caiu bastante, disse. Em abril, vendemos apenas 35% do esperado, e em maio, não temos os números fechados, mas devemos estar próximos a 40%.
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Quem esperou, pode ser que vá em busca de um imóvel diferente ao pensado antes da quarentena, já que o home office ganhou novo status. Vejo, com a mudança da tecnologia, a tendência de as pessoas buscarem, eventualmente, imóveis maiores, mais distantes dos centros e com preços mais reduzidos, afirmou o secretário estadual de Habitação de São Paulo, Flávio Amary, que também participou do webinar.
Para ele, há um novo ciclo migratório acontecendo no estado de São Paulo, como aconteceu no fim dos anos 90 e início dos anos 2000. À época, lembrou, o estímulo foi a melhora nas condições das rodovias que dão acesso à capital paulista.
Amary também destacou uma possível movimentação no mercado imobiliário no interior: uma segunda tendência está nas cidades maiores no interior de São Paulo, com a possibilidade de concessão dos aeroportos. Como exemplos de cidades que podem ser impactadas neste movimento, citou São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Barretos e Franca. Pode acontecer no estado de São Paulo o que é muito comum em algumas cidades da Europa e dos Estados Unidos, onde o aeroporto alavanca muito a indústria imobiliária local.
O presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, revelou que já é possível perceber mudanças no perfil de imóveis procurados. Vemos que existe uma procura maior nas últimas semanas por casas, disse. Aumentou o desejo por um cômodo adicional para que possa existir um home office, para que as pessoas possam, efetivamente, passar mais tempo em casa, falou. Apartamentos inteligentes, com automação, com sistema de inteligência artificial, também têm sido mais procurados.
Projeção do mercado imobiliário em São Paulo
Em São Paulo, as obras não foram paralisadas durante a quarentena. Temos hoje 40 mil unidades habitacionais em construção no estado de São Paulo, disse o secretário estadual de Habitação, Flávio Amary.
Segundo ele, será fundamental para o setor a realização de parcerias entre municípios, o estado de São Paulo, o governo federal e a iniciativa privada. Ou seja, muita busca pelas PPPs, muita busca pela parceria com os municípios, trazendo terrenos hoje que estão disponíveis ou subutilizados pelo poder público municipal e estadual.
Webinars
A conversa com Flavio Amary e Basilio Jafet faz parte da série de webinars diários que o JOTA está realizando para discutir os efeitos da pandemia na política, na economia e nas instituições. Todos os dias, tomadores de decisão e especialistas são convidados a refletir sobre algum aspecto da crise.
Entre os convidados, já participaram do webinar estão o apresentador e empresário Luciano Huck, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, o presidente do STF, Dias Toffoli, o ministro Gilmar Mendes, o ministro Luís Roberto Barroso, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), a presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Fausto Pinato (PP-SP), o economista e presidente do Insper, Marcos Lisboa; além de representantes de instituições como a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional das Indústrias e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho.