Pediu? Agora aguenta O fragilíssimo equilíbrio do PSL implodiu com os últimos atos de Jair Bolsonaro. Deputados que manifestaram intenção de deixar a sigla ou que a atacaram publicamente, acompanhando o presidente, serão removidos de seus postos em comissões e na liderança da legenda. Alê Silva (PSL-MG) já foi destituída da de Finanças e Tributação. Nesta quinta (10), será a vez de Carlos Jordy (RJ), Luiz Philippe Orleans e Bragança (SP), Carla Zambelli (SP), Bibo Nunes (RS) e Filipe Barros (PR).
Conhecido e eficaz A indicação dos nomes que vão compor comissões é uma prerrogativa dos líderes de partidos. Tal instrumento é comumente usado para pressionar parlamentares a seguirem orientações de voto. O PDT, por exemplo, tirou dos colegiados todos os filiados que foram a favor da reforma da Previdência.
Não para A direção do PSL discute ainda estimular recursos à comissão de ética contra os integrantes que fizeram ataques públicos à legenda. A ideia é pedir a suspensão das atividades partidárias desse grupo.
Mantra Do lado dos bolsonaristas, a ordem é seguir pressionando a cúpula do PSL a "agir com transparência", como foi feito em um manifesto assinado por 20 deputados nesta quarta.
Cava a falta Para aliados de Luciano Bivar, o presidente do PSL, o discurso dos bolsonaristas a favor da abertura das contas do partido visa obrigar a direção da sigla a resistir publicamente, dando base para uma tese que possa sustentar pedido judicial de desfiliação.
Bombeiro O senador Flávio Bolsonaro (RJ) tentou contornar a insatisfação do pai com o PSL. Nesta quarta (9), disse a diferentes interlocutores de Bivar que era preciso serenar ânimos. No fim da manhã, admitiu que o quadro era grave.
Na janela A conformação do que pode ser a nova agremiação de Bolsonaro, chamada Conservadores, já provoca ciúmes. O estatuto que veio a público se assemelha ao do Republicanos (ex-PRB), que também prega "valores cristãos" e liberdade econômica.
Tanto faz O relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), não acredita que a dissolução do PSL vá atrapalhar a votação da reforma da Previdência. Em seus cálculos, os quatro senadores da sigla seguirão dando declarações favoráveis ao seu texto.
Parte que falta Planilha que circulou entre governadores do Nordeste nesta quarta (9) aponta que seis estados da região (PE, CE, MA, BA, PI e AL) são os que mais perdem com a mudança nos critérios da divisão dos recursos do leilão da cessão onerosa.
Facada O novo texto, calculam, renderá R$ 1 bilhão a menos a esses estados, em relação à versão inicial da proposta.
Prioridades Líder informal do grupo, o governador Wellington Dias (PT-PI) diz que o Congresso resolveu "tirar dos mais pobres para pagar a conta da União aos mais ricos". No novo formato, São Paulo ganha mais R$ 618 milhões. "Não é razoável", queixa-se Dias.
Terceiro tempo Integrantes da equipe econômica avaliam que essas contas ainda poderão embolar a discussão do tema no Senado, onde os estados têm equilíbrio de força. Na Câmara, Sul e Sudeste têm mais representantes.
Alvo fixo Outra perda já identificada pelos governadores nordestinos é a isenção do Imposto de Renda sobre o valor pago no leilão. O cálculo dá conta de que todos os estados receberão R$ 5,7 bilhões a menos e, novamente, a região Nordeste é a que mais perde.
Roupa nova Ainda de maneira incipiente, o PC do B discute a revisão de seu programa.
Visitas à Folha O ministro Paulo Guedes (Economia) visitou a Folha nesta quarta (9), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Gabriela Valente, chefe da assessoria especial de comunicação, e Samuel Kinoshita, assessor especial do ministro.
A juíza Noemia Porto, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), visitou a Folha nesta quarta. Estava acompanhada de Ronaldo Callado, juiz diretor de comunicação da entidade, e Ana Malta, coordenadora de comunicação.
TIROTEIO
A união de Bolsonaro com o PSL chegou ao fim. Os dois querem se separar, mas ainda fazem as contas da partilha dos bens
Do deputado Julio Delgado (PSB-MG), sobre a crise instalada entre o presidente e o partido pelo qual ele se elegeu; há risco de debandada