Rosa Maria Weber Candiota da Rosa se apresentou assim ao ser sabatinada em 2011, indicada para suceder à ministra Ellen Gracie no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Que bom se Vossas Excelências entenderem que o meu nome merece aprovação e, assim, eu possa contribuir em um âmbito muito maior", Rosa Weber afirmou aos senadores, durante a sabatina.
Sete anos depois, ela comanda a eleição mais radicalizada depois da redemocratização. Profere votos tecnicamente fundamentados e decisões previsíveis, o que é considerado positivo para a segurança jurídica.
"A ministra sempre se destacou pela sua discrição e objetividade, tanto em julgamentos, como em audiências. Tem especialidade em Direito e Processo do Trabalho, o que bem se explica pela sua origem (TST), mas também tem se destacado em causas variadas que envolvem temas polêmicos de cunho humanitário, como, por exemplo, neste momento, a questão da autorização judicial para abortos até a 12ª segunda semana de gestação", diz Guilherme Feliciano, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).
"Sempre cordata e atenciosa, a ministra Rosa Weber tem perfil mais progressista, quanto aos temas de cidadania e direitos sociais, e mais legalista, quanto aos temas de direito administrativo e financeiro", diz Feliciano.
Rosa Weber votou a favor da Lei da Ficha Limpa: "O homem público não pode esperar o mesmo privilégio do cidadão comum".
Em maio de 2016, quando Gilmar Mendes criticou o "maldito e malfadado auxílio-moradia", o ministro foi acompanhado pelas colegas Rosa Weber e Cármen Lúcia. Em agosto deste ano, quando Gilmar votou pelo aumento do salário dos ministros, Rosa e Cármen foram contra.
Rosa Weber votou contra a terceirização de todas as atividades. "Longe de interferir na curva de emprego, tenderá a nivelar por baixo o nosso mercado de trabalho, expandindo a condição de precariedade", sustentou.
A ministra diz que a "escravidão moderna" é mais sutil. O cerceamento da liberdade pode decorrer de constrangimentos econômicos e não necessariamente físicos, explica.
Segundo um procurador eleitoral, Rosa Weber trabalha bastante, estuda e lê muito. Não é "populista" nem demagoga. É juíza de carreira, ao contrário da esmagadora maioria do STF. Não faz proselitismo, nem usa seu cargo para fins políticos ou para enriquecimento pessoal.
"Em minha família, aprendi o valor da palavra dada, o cumprimento das obrigações, a correção da conduta, a firmeza do caráter, a beleza da vida", disse Rosa Weber na sabatina.