O 9º Encontro Nacional das Cistt, conhecido como Cisttão, é promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e será realizado até quinta-feira (23/09), em Brasília. O evento também conta com a participação de magistrados, conselheiros de saúde e representantes de movimentos sociais e das centrais sindicais.
O objetivo é promover um amplo debate em torno da temática com o objetivo de articular estratégias e políticas públicas, diante do atual cenário socioeconômico instalado no Brasil.
“Passamos por um momento muito peculiar na história do nosso país, que requer um grande esforço da classe trabalhadora para reunirmos forças e continuarmos exigindo o cumprimento da legislação, além e lutar por novos direitos”, avalia o coordenador da Cistt Nacional, Geordeci Menezes de Souza.
Para o secretário de Relações de Trabalho da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), Paulo Vinícius da Silva, a classe trabalhadora atualmente está desamparada. “Mas enquanto tem gente discutindo dinheiro e lucros, estamos aqui discutindo a vida dos nossos colegas. Nós temos uma tarefa que está em curso, que é identificar os inimigos do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos trabalhadores e lutar para vencermos essa batalha”, avalia.
“O cenário é bastante complicado e difícil, mas é nesse momento que acontecem diversas iniciativas de organização dos trabalhadores. Esse encontro é uma dessas tentativas para pensarmos o que podemos fazer nesse contexto devastador de perda de direitos dos trabalhadores e precarização do mundo do trabalho”, completa a representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Madalena Margarida.
Centros de referência em saúde do trabalhador
Durante a cerimônia de abertura, os palestrantes destacaram a importância de manutenção dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), uma vez que, diante de algumas dificuldades para a manutenção dos centros em determinadas regiões, como Florianópolis e Santa Cruz do Sul, por exemplo, os gestores optam por desmobilizá-los, como afirmou Karla Baeta, coordenadora geral do Departamento de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde.
“Isso pode enfraquecer a Renast (Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador), uma vez que os Cerests têm papel central nesta rede de integralidade. Por isso, é fundamental o papel do Controle Social, para dialogar com os gestores sobre a importância estratégica dos Cerests nas regiões de saúde”.
Em 2017, o CNS criou a Câmara Técnica para analisar os Centros de Referências, com vistas à correção das assimetrias existentes entre as diversas regiões e em atendimento às realidades locais. Até novembro, a câmara entregará a proposta que contém um novo modelo de organização dos Cerests.
16ª Conferência Nacional de Saúde
Entre os objetivos do 9º Cistão, também está a elaboração de estratégias para potencializar as discussões sobre a saúde da classe trabalhadora, ampliando a visibilidade desta temática, e elaborar propostas que serão levadas para a 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8), agendada para ocorrer de 28 a 31 de julho de 2019, em Brasília.
“Está sob nossa responsabilidade grande parte do futuro das próximas gerações. Apontar caminhos para resistir à esta barbárie, que querem nos apresentar como futuro, é fundamental. A pauta que consegue nos unir é a defesa da vida”, afirma o presidente do CNS, Ronald dos Santos, conclamando a todos para ampliar a mobilização rumo à 16ª.
Também participaram da cerimônia de abertura do 9º CISTTÃO, a secretária-executiva do CNS, Ana Carolina Dantas, os representantes da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Luíz Aníbal Vieira Machado, da Força Sindical, João Donizete Scaboli, da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Ricardo Machado Lourenço Filho e a diretora de Saúde Ambiental e da Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Daniela Buosi.