Reunidos em assembléia extraordinária no último sábado (18/08), os trabalhadores em cooperativas de base de representação dos sindicatos: Sintracoop e Sintrascoopa, deliberaram, votaram e aprovaram a criação da taxa negocial para os trabalhadores que não são associados ao sindicato. De acordo com o presidente das entidades sindicais e da Federação Nacional dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas no Brasil - Fenatracoop, Mauri Viana Pereira, explicou que a criação da taxa foi para ajustar o que foi decidido em assembleia realizada em março deste ano. “Esse é um complemento do evento do dia 18 de março, que fizemos em Palotina com 8 mil trabalhadores. Nós temos os não associados, que não podem receber o mesmo benefício do que quem é associado. Nós não somos obrigados a trabalhar de graça pelos não associados. Então, nós chamamos os trabalhadores e ajustamos o que aprovamos em março e criamos uma taxa negocial pra ele ter direito a convenção coletiva e o acordo, mas os benefícios do sindicato jamais terão”, explicou o presidente.
Ainda segundo Mauri Viana, para ter acesso aos benefícios conquistados e negociados pelo sindicato, o trabalhador precisa ajudar a arcar com os custos da negociação. Não se pode apenas o trabalhador associado pagar e o não associado também levar. “Essa é uma taxa que os trabalhadores pagam para ter direito a convenção e acordo coletivo. Isso é um dispositivo legal e previsto na CLT. Com a reforma trabalhista esse parágrafo foi mantido, mas com algumas mudanças, onde diz que é preciso uma cartinha expressa do trabalhador autorizando o pagamento. A Anamatra que é a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a Conalis - Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical do Ministério Público já se posicionaram sobre o tema e afirmaram que a assembleia é soberana para substituir a cartinha expressa. E foi o que fizemos. Agora vamos levar ao judiciário e pedir uma ação declaratória para que seja confirmado que isto está dentro da lei e assim evitamos qualquer questionamento quanto ao posicionamento da assembleia”, explicou.
O evento aconteceu na cidade de Guaíra e contou com um grande número de trabalhadores, que concordaram com as colocações do presidente Mauri Viana com relação aos não associados e, de acordo com ele, entenderam a mensagem do sindicato. “Nós temos um histórico de trabalhar muito em prol da categoria e os trabalhadores sabem disso. O que não admitimos é alguns políticos jogar tudo nas costas do sindicato, dizendo que o culpado do Brasil estar quebrado é o sindicato, quando realizamos programas de promoção social elogiados em todo o Brasil. Vamos manter os benefícios e mais, vamos ampliar o turismo, a acupuntura e o habitracoop, que é o nosso programa habitacional. Precisamos sim cortar custos devido a conjuntura atual, mas de outros lugares, os programas sociais serão nossa prioridade sempre”, encerrou Mauri Viana.