Moradores gravaram a chegada do grupo. Integrantes estavam com rostos cobertos. Um deles carregava um pacote com um material vermelho.
Em Belo Horizonte, vândalos picharam a fachada do prédio onde fica o apartamento da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.
Moradores gravaram a chegada do grupo. Integrantes estavam com rostos cobertos. Um deles carregava um pacote com um material vermelho em uma mão e uma bandeira na outra. Os vândalos jogaram objetos em direção ao prédio de Cármen Lúcia. Em poucos minutos, a fachada e o chão ficaram cobertos de tinta vermelha.
Logos depois do ataque, os vândalos deixaram o local em ônibus e carros. A assessoria da ministra Cármen Lúcia confirmou que ela tem um apartamento no prédio, em Belo Horizonte, que não havia ninguém no momento do ataque e que a ministra não iria comentar sobre o vandalismo.
O quarteirão em frente ao prédio ficou interditado para o trânsito de veículos durante o trabalho da perícia. Os técnicos recolheram materiais como amostras da tinta e pedaços de balões de borracha que devem ter sido usados para jogar a tinta na fachada do prédio. Ela atingiu até o terceiro andar. Os vândalos também picharam um prédio do Ministério Público do Estado de Minas Gerais que fica em frente.
Várias associações criticaram o ataque. Em nota, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho afirmou que nenhum magistrado pode ser constrangido ou punido por suas decisões.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) afirmou que tem advertido constantemente para os riscos que a democracia brasileira tem corrido, pela intolerância que determinados segmentos tem pregado, com incitações à quebra da normalidade democrática. Disse que atos de vandalismo não podem ser admitidos sob qualquer pretexto; e cobraram a identificaram e a punição dos responsáveis.
A OAB declarou que o ataque é uma afronta ao estado democrático de direito e que não pode ficar impune. Disse, ainda, que o direito de manifestação deve ser assegurado a todo brasileiro, mas não pode comportar atitudes violentas que ameacem a integridade das pessoas.
À noite, o coordenador do MST em Belo Horizonte, Sílvio Neto, divulgou uma nota em que admitiu que o Movimento dos Sem Terra participou do ato em frente ao prédio da ministra Cármen Lúcia, mas não confirmou a participação do MST na pichação.