A Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) afirmou nesta quinta-feira (18) que estuda a possibilidade de questionar a nomeação do secretário de comunicação do STF (Supremo Tribunal Federal), o jornalista Wellington Geraldo Silva, para a presidência do conselho deliberativo da Funpresp-Jud, fundo de previdência dos servidores de todo o Poder Judiciário.
A escolha foi feita pelo presidente do tribunal, Joaquim Barbosa, e publicada no "Diário Oficial" da União nesta semana.
Barbosa nomeia secretário para cargo em fundo de pensão do Judiciário
Silva é amigo pessoal de Barbosa e será o represente do STF no fundo que terá um aporte inicial da União de R$ 25 milhões.
"A indicação precisa ser melhor avaliada sob a ótica dos princípios da moralidade e impessoalidade que devem nortear a administração pública, resvalando na confusão entre o público e o privado na questão da atividade de biógrafo do ministro", afirmou o presidente da Anamatra, Renato Henry Sant´Anna.
A associação ainda diz que assessor "aparenta" não possuir os requisitos técnicos para o cargo que assumirá.
"O nomeado, por suas próprias declarações na imprensa, aparenta não possuir os requisitos técnicos para o cargo, além de ostentar uma ainda a ser melhor explicada atividade de biógrafo do presidente do STF", afirmou Sant'Anna.
Silva nega que esteja escrevendo um livro sobre a vida de Barbosa e afirma ter experiência em fundos de pensão.
Funcionário de carreira do Banco do Brasil, ele foi gerente de Comunicação e Marketing da Previ durante nove anos. O STF também informou que ele foi conselheiro na Valepontocom, Bunge Alimentos, Randon, Sadia e Inepar.
A Anamatra, no entanto, diz que a lei que trata sobre a administração do Funpresp "estabelece que os indicados para o conselho deliberativo devem ter comprovada experiência no exercício de atividade na área financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, atuarial ou de auditoria".
De acordo com as informações prestadas pelo Supremo, Wellington Silva é formado em comunicação social na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e tem MBA em administração pela Coppead-UFRJ e em governança corporativa pelo Ibemec-RJ.
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA